Zé Trovão exonera assessor que foi demitido da Embratur por acusação de assédio sexual
BrasilO deputado federal Zé Trovão (PL-SC) exonerou de seu gabinete Marcus Thiago de Oliveira Figueiredo, que em 2020 foi exonerado do cargo de coordenador-geral de Tecnologia da Informação da Embratur após ter sido acusado de assediar uma funcionária de 21 anos da agência de turismo.
A nomeação foi revelada pelo Painel na segunda-feira (20), e a demissão, pela coluna de Guilherme Amado, no site Metrópoles. O gabinete do parlamentar confirmou a exoneração de Figueiredo, que ficou menos de um mês no posto de secretário parlamentar.
No começo de 2023, a exoneração de Figueiredo da Embratur foi convertida em destituição pela Corregedoria-Geral da União, penalidade que proíbe a ocupação de cargo público federal por cinco anos. A defesa recorreu da decisão.
Reportagem do Metrópoles mostrou diversas mensagens de WhatsApp de Figueiredo em que ele faz insinuações e convites sexuais à subordinada, que se diz compromissada e revela desconforto com as investidas de caráter obsceno.
Nessas mensagens, Figueiredo diz que tem desejo pela funcionária, pergunta se ela sente o mesmo (ela nega) e relata sonhos eróticos com ela.
A defesa de Figueiredo, que passou a responder a processo administrativo, disse à época que as conversas haviam sido recortadas e tiradas de contexto e que o fato de que a funcionária ter continuado a trabalhar com ele depois da troca de mensagens mostraria que a relação entre ambos era amistosa.
O então presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, que depois seria ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro (PL), disse na ocasião ter determinado o afastamento de Figueiredo até a elucidação do caso.
Ainda em 2020, logo após ter deixado a Embratur, o ex-coordenador foi recebido por Bolsonaro no Palácio do Planalto como membro da associação Médicos Pela Vida, que incentivava o uso preventivo de medicamentos como cloroquina contra a Covid-19, contrariando o consenso científico, que diz que eles não têm eficácia contra a doença.
Guilherme Seto/Folhapress