SP: Tarcísio conclui secretariado sem PSDB e com mais auxiliares de Guedes

Brasil

O governador eleito de São Pulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quarta-feira (21) os últimos nomes do secretariado que irá compor seu governo a partir de 1º de janeiro. Ao todo, são 23 pastas, ocupadas por aliados de Republicanos, PSD e PL. União Brasil e PSDB ficaram de fora do poder.

Na equipe econômica, Tarcísio optou por uma linha “guedista”, escolhendo seis pessoas ligadas ao atual ministro da Economia.

O nome para o Ministério da Ciência e Tecnologia ainda será divulgado nesta semana. Segundo Tarcísio, o ocupante está em processo de desligamento de sua atual função.

Guilherme Afif (PSD), que comandou a transição de governo e ajudou Tarcísio com a escolha de cargos, foi nomeado secretário Especial de Projetos Estratégicos, um cargo ligado diretamente ao Executivo estadual.

Nesta quarta, o futuro governador anunciou Marcelo Cardinale Branco (Desenvolvimento Urbano e Habitação), Gilberto Nascimento Jr. (Desenvolvimento Social), Antônio Junqueira de Queiroz (Agricultura e Abastecimento), Marco Antônio Assalve (Transporte Metropolitanos), Fábio Prieto (Justiça e Cidadania), Marília Marton (Cultura e Economia Criativa), Marcello Streifinger (Administração Penitenciária), Jorge Luiz Lima (Desenvolvimento Econômico), Helena Reis (Esportes) e Sonaira Fernandes (Políticas para Mulheres).

São cinco mulheres no primeiro escalão, considerando as duas secretárias que já compunham a lista (Natália Resende, da supersecretária de Logística e Transporte, e Lais Vitta, da Comunicação).

Marília Marton, que assume a Cultura, foi chefe de gabinete da Secretaria de Cultura a partir de 2007, quando o município era comandado por Gilberto Kassab. Também ocupou o mesmo posto na Educação na gestão de Fernando Haddad, com Gabriel Chalita à frente da pasta.

A coronel da reserva Helena Reis (Esportes), do Republicanos, chegou a ser cotada para vice do governo antes de Tarcísio optar se filiar à legenda. Ela foi chefe da Casa Militar em 2017 e 2018, durante o governo de Geraldo Alckmin.

Sonaira Fernandes, vereadora em São Paulo pelo Republicanos, assumirá a pasta de Políticas para Mulheres, uma promessa de campanha do futuro governo. A divisão vai tratar de temas como saúde da mulher, combate à violência e empreendedorismo. Ao lado de Guilherme Derrite (PL), da Segurança Pública, é uma das poucas bolsonaristas no futuro governo.

A vereadora trabalhou como assessora de gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e foi a única candidata a receber apoio de Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2020.

Para o escritório de Representação do Estado de São Paulo em Brasília, Tarcísio escolheu o advogado José Vicenti Santini, que foi exonerado e readmitido no governo Bolsonaro, de quem é próximo. Em janeiro de 2020, quando era secretário-executivo da Casa Civil, usou indevidamente um jato da FAB para voar da Suíça, onde participava do Fórum Econômico Mundial, à Índia, onde Bolsonaro cumpria agenda oficial.

“Isso ficou no passado”, disse Tarcísio em entrevista a jornalistas após a divulgação dos nomes. “Ele tem densidade técnica e habilidade política. Já pagou pelo seu erro e não pode ser condenado eternamente por um equívoco.”

Na área econômica, o futuro governador apontou mais um nome com ligação a Guedes —além de Afif, Caio Paes de Andrade, Rafael Benini, Lucas Ferraz e Samuel Kinoshita. Jorge Luiz Lima, que fica com a área de Desenvolvimento Econômico, foi assessor de Guedes por um semestre, até março deste ano.

Na pasta, comandou o projeto de redução do Custo Brasil e a Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação. No setor privado, foi presidente de cinco empresas, tais como ISS no Brasil, BRF para o Conesul e JSL, e é conselheiro de mais de dez companhias.

Com foco em privatizar estatais, Tarcísio chegou a sondar Guedes para a Secretaria da Fazenda. O atual ministro não aceitou, e deve ter uma espécie de cargo consultivo no governo paulista. O nomeado para a pasta, Samuel Kinoshita, foi assessor especial de Guedes e também trabalhou na empresa que ele comandava antes de integrar o governo federal.

A formação do secretariado incluiu nomes da confiança de Tarcísio, que trabalharam com ele no Ministério da Infraestrutura ou são do Republicanos, e figuras ligadas a Gilberto Kassab (PSD), que assumirá a secretaria de Governo.

Apesar do apoio irrestrito do atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) a Tarcísio no segundo turno, os tucanos, no comando da administração do Estado há 28 anos, não receberam nenhum cargo. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Rodrigo afirmou que não há nenhum tipo de frustração em relação a isso.

Nesta semana, Tarcísio também recebe os relatórios elaborados pelas equipes de transição do governo. O governador foi diplomado na segunda-feira (19) com seu vice, Felício Ramuth (PSD), o senador Marcos Pontes (PL), 94 deputados estaduais e 70 deputados federais eleitos por São Paulo.

 

Paula Soprana/Folhapress

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