PT recebe informação de nova operação pontual da PF contra aliados para prejudicar campanha de Lula
Brasilpor Mônica Bergamo | Folhapress
A tensão aumentou no PT nesta semana: dirigentes do partido afirmam ter recebido a informação de que uma operação da Polícia Federal poderia atingir aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais, apenas para prejudicar a sua campanha.
“Recebemos informações de que setores do Estado aparelhados pelo bolsonarismo estariam buscando forjar fatos que justifiquem operações bizarras contra nosso campo democrático”, afirma o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho. Ele coordena a campanha de Fernando Haddad (PT) ao Governo do Estado de São Paulo e integra também a campanha de Lula (PT).
Marinho afirma que o partido já estuda “medidas judiciais para evitar essa violência contra a democracia”. Procurada, a PF não respondeu até a conclusão deste texto.
A operação da PF que teve o governador de Alagoas Paulo Dantas (MDB-SP) como alvo, na terça (11), fez com que o sinal de alerta soasse ainda mais forte no PT. O emedebista apoia Lula e é aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que faz forte oposição ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) no estado.
O histórico de eleições passadas também serve como reforço para o temor de uma operação às vésperas do pleito. Em 2018, por exemplo, o então juiz Sergio Moro incluiu uma delação de Antonio Palocci em ação contra Lula. A seis dias das eleições, levantou o sigilo das informações, atingindo a campanha de Fernando Haddad (PT-SP), que disputava a Presidência contra Jair Bolsonaro.
Dois anos depois, o Supremo Tribunal Federal retirou a delação de Palocci da ação contra Lula. Ao votar, o ministro do STF Ricardo Lewandowski afirmou que tudo indicava que Moro quis criar um fato político dias antes da eleição.
O ministro Gilmar Mendes, que também votou pela retirada, disse que o acordo de Palocci tinha sido juntado aos autos há tempos, e que a “demora” em sua divulgação “parece ter sido cuidadosamente planejada pelo magistrado [Moro] para gerar verdadeiro fato político na semana que antecedia o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018