Prestação de contas de Carla Zambelli ao TSE tem indícios de fraude e assinatura falsificada

Brasil

A prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) tem indícios graves de fraude, incluindo assinatura falsificada. A informação é da coluna de Rodrigo Rangel, no portal Metrópoles.

Segundo a publicação, documentos entregues pela parlamentar para comprovação de serviços prestados para a campanha eleitoral de 2022 incluem até o nome de Roberto Habermann, um comerciante que afirma jamais ter trabalhado para ela. Além disso, a assinatura que consta nos papéis e é atribuída a ele foi “flagrantemente” falsificada.

O nome de Habermann consta tanto na lista de doadores quanto na de despesas de campanha, embora ele afirme “categoricamente” que não teve qualquer relação com o pleito da deputada e diz que foi incluído indevidamente na documentação entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O comerciante disse ter ficado espantado ao saber que aparece na prestação de contas de Zambelli, relacionado a uma suposta doação de R$ 870 a título de prestação de serviços. “Vi meu nome como doador e aquilo me causou estranheza. Não tenho nada contra a Zambelli, gosto dela. Mas achei estranho colocar meu nome sem me notificar, sem me avisar. (…) Nunca trabalhei para essa moça, nunca participei de nenhuma carreata, bandeiraço, nada. Não tenho nenhum vínculo”, disse ele, que é bolsonarista declarado.

Roberto Habermann relatou à coluna que em 2018 participou de um grupo de discussão com apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), com encontros coordenados por Camilo Calandreli, que mais tarde foi nomeado secretário parlamentar de Carla Zambelli. Segundo a publicação, Calandreli se ocupou da tentativa de criar o partido bolsonarista Aliança pelo Brasil, coletando nomes de apoiadores e números de documentos.

Para o comerciante, seus dados pessoais, que acabaram sendo usados de forma irregular na prestação de contas da deputada, podem ter sido coletados naquela ocasião. “Meu nome foi jogado num lugar, numa vala, que eu não conheço”, reclamou.

Por meio de nota, a assessoria da deputada não respondeu aos questionamentos da coluna e disse apenas que os contratos “foram preenchidos e assinados pelos próprios voluntários, no momento das ações”. A equipe afirmou ainda que Habermann prestou serviços de divulgação “em pelo menos um evento da campanha de Carla Zambelli, corroborando o Termo de Voluntariado apresentado à Justiça Eleitoral”. Ele, no entanto, nega.

“Isso é uma mentira. Ela fala que eu trabalhei 29 dias para ela. (…) Nesse dia (2 de setembro de 2022), eu estava passando pelo centro da cidade e tinha um pessoal amigo lá. Eu parei, cumprimentei todo mundo, nem vi a Carla. O Camilo (refere-se a Camilo Calandreli, assessor de Zambelli) estava lá. Eles estavam presenteando pessoas na praça com camiseta. Eu passei por lá, cumprimentei as pessoas, me deram a camiseta. Eu peguei a camiseta, falei: ‘Olha, não vou precisar, dá para quem usa. Eu não uso isso, dá pra quem precisa’, e fui embora. Isso é uma inverdade”, afirmou Habermann.

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