Presidente da CPI das ONGs posta link interno da Revista Oeste, que critica a Marina Silva
BrasilO presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), postou em suas redes sociais links do sistema interno da Revista Oeste, como sendo de reportagens do veículo.
As postagens eram relacionadas à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que será ouvida pela comissão nesta segunda-feira (27), às vésperas da COP28, a conferência do clima da ONU (Organização Mundial das Nações Unidas), que começa na quinta (30).
Questionado, o senador afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que, “nesse caso em específico, o link foi enviado pelo repórter, como acontece rotineiramente com os links enviados por jornalistas que cobrem o Congresso”.
“Não temos nenhum acesso à página interna de nenhum site”, completou Valério.
Já a revista afirmou que “soube dessas publicações no perfil do senador pelo print enviado pela Folha”.
“Nem o senador nem ninguém que não seja funcionário da redação pode acessar o sistema da revista, protegido por login e senha. Houve um problema técnico com as URLs publicadas”, completou.
Marina já havia sido convidada à CPI na última terça-feira (21), mas não compareceu. O grupo, então, decidiu transformar o chamado em uma convocação, que obriga ela a comparecer.
Plínio Valério é um contundente crítico de Marina. A comissão já ouviu, até aqui, outros nomes próximos à ministra, como Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e Mauro Mendes, presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
A CPI é composta majoritariamente por parlamentares de direita, como Jaime Bagattoli (PL-RO) e Chico Rodrigues (PSB-RR).
Além deles, costumam marcar presença nas sessões do grupo parlamentares suplentes, como a ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL) Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
As postagens de Plínio Valério foram ao ar no dia 17 de outubro, antes de serem apagadas. Uma delas indicava a matéria “Diretor de ONG ligada a Marina Silva depõe à CPI”.
O link, no entanto, não levava à reportagem, mas a uma URL que se iniciava com “admin”. Ao clicar, o usuário era levado para uma tela de “área restrita” que pedia login e senha para entrar no sistema interno da Revista Oeste, e não no site.
O veículo tem feito diversas reportagens sobre a CPI, e o senador costuma republicá-las em suas redes sociais oficiais.
Mônica Bergamo/Folhapress