Povo se preocupa mais com saúde e Bolsonaro com economia, aponta pesquisa
Brasilpor Ailma Teixeira
Um novo levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisa mostra que, na avaliação dos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está mais preocupado com a crise econômica do que com a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. Essa é a opinião de 58,9% dos entrevistados ante 31,3% que responderam o contrário. Outros 9,8% não sabem ou não opinaram sobre a questão.
A pesquisa, publicada nesta quarta-feira (8), foi feita por meio de um questionário online aplicado segunda (6) e terça (7). Com grau de confiança de 95% e margem de erro de 2%, o instituto colheu dados de 2.372 brasileiros, com idade igual ou superior a 16 anos, distribuídos em 208 municípios do país.
Ao perguntar qual a maior preocupação do entrevistado, a maioria foi no sentido contrário a Bolsonaro: 66,9% dizem se preocupar mais com sua própria saúde e a de sua família enquanto 27,2% admitem que se preocupam mais com a situação financeira de seus entes. Outros 5,9% não sabem ou não opinaram a respeito.
Esse resultado aponta similaridades com a pesquisa Datafolha divulgada na última segunda (6). Na ocasião, o instituto constatou que 76% dos brasileiros defendem a continuidade do isolamento social (veja aqui), medida recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e demais autoridades da área que acreditam ser essa a forma mais efetiva para conter a rápida disseminação do novo coronavírus.
Desde que registrou seu primeiro infectado no Brasil, no final de fevereiro, o vírus já contaminou 14.152 pessoas em território nacional, segundo dados oficiais. O número de mortos já ultrapassa a marca de 690.
Ainda assim, o presidente Jair Bolsonaro insiste na flexibilização da medida, com o isolamento apenas para pessoas em situação de risco. Isso fez com que governadores e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, contrários à posição do presidente, passassem a registrar taxa de aprovação maior do que ele. De acordo com o Datafolha, Mandetta, por exemplo, viu sua aprovação crescer de 55% para 76% enquanto a de Bolsonaro parou em 33%. Já a rejeição do capitão cresceu para 39% (saiba mais aqui).