Petistas articulam para que Dilma e Erundina façam gesto de apoio a Marta em SP
BrasilO PT lançou uma operação para tentar convencer a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a deputada federal Luiza Erundina (PSOL) a fazer um gesto público de reaproximação de Marta Suplicy, que se filiará novamente ao partido para ser vice de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo em outubro.
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se envolver na missão e conversar com ambas. A ideia da ação é reforçar o conceito de frente ampla com que PT e PSOL têm tentado embalar a chapa na capital paulista.
Na interpretação de pessoas envolvidas no projeto, uma imagem que mostrasse Dilma, Marta e Erundina teria forte carga simbólica e representaria a superação das diferenças em nome de uma unidade contra tudo o que representa Jair Bolsonaro (PL), cujo apoio Ricardo Nunes (MDB) tem pleiteado.
No caso da ex-presidente, ainda precisa ser feita uma análise de possíveis impedimentos relacionados ao seu atual cargo de presidente do banco do Brics.
A relação entre Marta e Dilma azedou em 2016, quando a primeira, que na época era senadora pelo MDB, votou a favor do impeachment da segunda. Em evento naquele ano, Marta chegou a entregar flores para a advogada Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment, durante sessão no Senado, cena que foi bastante criticada por petistas.
Erundina, por sua vez, já fez críticas públicas a Marta. Em 2016, quando as duas disputavam a Prefeitura de São Paulo, Erundina disse que Marta era uma “traidora do povo” e não havia passado no teste “como feminista”, pois apoiava o governo “ilegítimo” e “machista” de Michel Temer (MDB).
Ela também criticou Marta por ter deixado o PT no momento “mais trágico da história” do partido e que havia traído a legenda, a esquerda e o povo.
Recentemente, Erundina disse ao Painel que tem dificuldade de compreender a escolha de Lula de pedir que Marta retorne ao PT para ser vice de Boulos.
Guilherme Seto/Folhapress