Movimentos sociais lamentam ainda não terem sido recebidos por Lula e pedem relação direta
BrasilLideranças dos movimentos sociais alinhados ao governo Lula (PT) se queixam de distância do presidente no atual mandato e cobram contato direto em 2024.
Eles dizem que a relação institucional melhorou na comparação com o período Jair Bolsonaro (PL), mas que, para além do aspecto simbólico, o próprio Lula poderia se beneficiar dos encontros pessoais com as diretorias dos grupos, nos quais ouviria comentários de representantes da sociedade civil que não estão subordinados a ele.
“Não é razoável, pensando na parceria que construímos nos últimos tempos, o Lula não ter recebido o MST”, afirma João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do movimento.
Na semana em que João Pedro Stedile, uma das principais lideranças do movimento, prestou depoimento à CPI do MST na Câmara dos Deputados, em agosto, ele e Rodrigues se reuniram com Lula no Palácio do Planalto.
Segundo Rodrigues, ali houve uma sinalização de que o petista receberia a direção nacional do MST e iria a um assentamento do movimento ainda em 2023, o que não ocorreu.
“Não temos conseguido ter contato com o Lula. O diálogo direto poderia existir a cada alguns meses. É natural que quem está de fora tenha mais autonomia nas opiniões”, diz Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares.
Ele afirma que gostaria de levar a Lula seu diagnóstico de um problema de comunicação. Em um ano com resultados econômicos positivos e arrefecimento da tensão política, a aprovação do governo deveria ter crescido, e não se mantido estável, avalia.
Guilherme Seto e Victoria Azevedo/Folhapress