Mourão exalta golpe no X, é chamado de ‘paquita da ditadura’ e vira alvo de ‘hezorgaço’

Brasil

Na data em que se completa o marco de 60 anos do golpe que instaurou uma ditadura militar no Brasil entre 1964 e 1985, o general da reserva, senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) fez a seguinte postagem no X, ex-Twitter:

A afirmação vai na contramão de alguns esforços da historiografia brasileira para posicionar a ditadura tal como ela foi: um período autoritário que resultou na perseguição política de críticos do regime, considerados subversivos, causando, até onde se pôde contabilizar, a morte e desaparecimento de 434 vítimas.

Cientes desse legado, vários internautas criticaram a postagem do senador. Para além das 7 mil curtidas no tuíte original, foram mais de 13 mil comentários e 3 mil compartilhamentos, em sua maioria, condenando a opinião e promovendo um ‘vampetaço’ contra o perfil de Mourão.

Para quem não sabe, ‘vampetaço’ é uma prática que, em tempos de cancelamento e protestos digitais, ganhou força na internet nos últimos tempos. Originalmente, o meme consiste em compartilhar fotos do ensaio nu do ex-jogador Vampeta para constranger posicionamentos ou tirar o foco de uma discussão.

Como o assunto da vez é a ditadura, perfis como o do influenciador Felipe Neto e do humorista Marcelo Adnet iniciaram um ‘hezorgaço’ contra o ex-vice-presidente, compartilhando uma das mais famosas imagens da repressão —a do corpo do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975 nos porões do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna) em São Paulo.

Várias foram as postagens criticando Mourão, chamado pelos internautas de “paquita da ditadura”, “milico vagabundo” e “corno”.

Diante das investidas contra a exaltação da ditadura, alguns internautas também criticaram o presidente Lula (PT) por vetar atos do governo em relação aos 60 anos do golpe para evitar certa indisposição com as Forças Armadas, especialmente frente à atual polarização da sociedade brasileira.

 

Gabriel Araujo, Folhapress

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