Lula chega a hospital em Brasília para passar por cirurgia no quadril
BrasilO presidente Lula (PT) passa nesta sexta-feira (29) por uma cirurgia programada para tratar um problema na região do quadril, que tem ocasionado dores fortes e constantes ao mandatário. Lula chegou às 8h ao hospital Sírio-Libanês de Brasília.
A previsão é a de que o petista fique na UTI (Unidade Tratamento Intensivo) por, no mínimo, um dia, como é de praxe em cirurgias deste tipo.
Ele deve permanecer no hospital até a próxima terça-feira (3). Depois da cirurgia, a expectativa é a de que ele fique ao menos três semanas trabalhando de casa, o Palácio da Alvorada.
A cirurgia será feita por quatro médicos, que saíram de São Paulo, e acompanhada por Roberto Kalil Filho, médico do presidente, e Ana Helena Germoglio, médica da Presidência da República.
A Presidência da República informou que o procedimento é uma atroplastia total de quadril. Será instalada uma prótese no corpo do presidente. A duração prevista da cirurgia não foi informada pelo governo, que busca evitar rumores sobre a saúde do presidente em caso de eventuais atrasos médicos rotineiros.
Por isso, auxiliares palacianos afirmam que levará apenas “algumas horas”. A previsão é que boletins médicos sejam divulgados pelo hospital ao longo do dia. A equipe médica também conversará com jornalistas no fim da tarde desta sexta-feira.
O período de recuperação previsto é de cerca de um mês. O presidente já pretende despachar a partir do início da próxima semana no Palácio da Alvorada.
O mandatário, no entanto, vai ficar de quatro a seis semanas sem realizar viagens. A próxima deve acontecer apenas no fim de novembro, para participar da COP 28, nos Emirados Árabes Unidos.
Apesar de receber anestesia geral durante o procedimento, não haverá transmissão de cargo para o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O vice estará cumprindo agenda em Fortaleza nesta sexta-feira.
O Palácio do Planalto não explicou por que optou por não empossar Alckmin durante o procedimento.
“Não há previsão de o vice-presidente Geraldo Alckmin assumir a Presidência durante o procedimento cirúrgico do presidente Lula e no período pós-operatório”, informou a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), em uma breve nota.
Interlocutores do Planalto afirmam que seria simples realizar uma transmissão de cargo, mas optou-se por não fazer por um caráter simbólico, para deixar claro que se trata de um procedimento simples.
O governo considera que Alckmin estaria apto a assumir o cargo em caso de uma grande emergência ou urgência, para tomar as decisões necessárias.
Lula tem sofrido com as dores na região do quadril desde o período eleitoral do ano passado. Nesta semana, o presidente afirmou que optou por adiar a cirurgia para não dizerem que estava “velho”.
O presidente deve usar um andador ou muletas, mas afirmou que ninguém o verá com esses equipamentos. Lula ainda causou polêmica ao fazer uma relação entre beleza e o uso deles.
“Até lá [a viagem para a COP] vou ficar aqui em Brasília, não vou poder pegar avião. Vou trabalhar normalmente, vou trabalhar. O [secretário de Produção e Divulgação de Conteúdo Audiovisual, Ricardo] Stuckert não quer que eu ande de andador. Ele já falou ‘não vou filmar você de andador’”, disse.
“Então significa que vocês não vão me ver de andador, de muleta, vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado”, completou.
O procedimento a que será submetido é considerado de baixo risco, embora o período pós-operatório seja considerado delicado. Lula também declarou nesta semana ter medo de anestesia geral, acrescentando que não gosta de ficar inconsciente.
“É uma cirurgia que a ciência domina bem, não tem nenhuma novidade, mas obviamente que é sempre cirurgia, é sempre anestesia. E, vocês querem saber da verdade, eu tenho medo é mesmo medo é de anestesia, porque vou ficar dormindo, não gosto de perder o domínio da minha consciência. Mas os médicos dizem que a anestesia avançou muito, que hoje não é como no passado, que hoje é mais tranquilo. Então estou muito tranquilo”, disse o presidente, após recepção no Palácio do Itamaraty.
Marianna Holanda e Renato Machado/Folhapress