Lira diz que situação de Bolsonaro exige cautela: ‘Não precisamos de acirramento político’
BrasilO presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira, 3, que a operação deflagrada nesta quarta-feira, 3, pela Polícia Federal (PF) para investigar suposta adulteração de cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro é preocupante do ponto de vista sanitário, mas requer cautela do ponto de vista político.
“Não precisamos de acirramento político e social mais nesse País (…) providências têm que ser tomadas, isso está claro a nível da Justiça”, afirmou Lira em entrevista à Globo News. Ele disse esperar que o tema seja tratado com seriedade e que a Justiça aja com tranquilidade, já que se trata de um ex-chefe do Executivo, assim como ocorreu com o ex-presidente Michel Temer (MDB).
Lira disse ainda que uma nova eleição presidencial ainda está distante, mas avaliou que retirar os efeitos políticos de Bolsonaro pode garantir um fortalecimento da direita.
Ao comentar sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o presidente da Câmara avaliou que talvez a direita tenha mais chance de vencer a disputa tendo Bolsonaro como cabo eleitoral de Tarcísio do que o próprio ex-presidente como candidato.
Operação
A PF fez buscas na casa do ex-presidente na manhã desta quarta-feira e prendeu o tenente coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e outros assessores do ex-presidente. Na operação, os investigadores apreenderam o celular de Bolsonaro.
De acordo com a PF, com a alteração foi possível a emissão de certificados de vacinação com seu respectivo uso para burlar restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia.
Bolsonaro deixou o País em 30 de dezembro do ano passado, sem passar a faixa para Luiz Inácio Lula da Silva, e passou uma temporada de três meses nos Estados Unidos.
Após a operação, o ex-presidente se disse “surpreso” com a ofensiva e alegou “não existe adulteração de sua parte” e “que nunca lhe foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum”. Ele reafirmou que não tomou nenhuma vacina contra a Covid-19.
Giordanna Neves/Estadão