José Rocha diz que CPI das Apostas não deve conseguir avançar além do que já foi comprovado

Brasil

Apesar de ter conseguido prorrogar seus trabalhos por mais 60 dias, a CPI da Manipulação de Resultados em Partidas de Futebol não deve avançar mais do que a comprovação de aliciamento de alguns jogadores por quadrilhas especializadas em apostas esportivas. A opinião foi dada nesta segunda-feira (04), pelo deputado federal José Rocha (União-BA), membro titular da comissão de inquérito. 

 

O deputado baiano chegou mais cedo em Brasília para participar de reunião do colegiado na tarde desta segunda, quando será tomado o depoimento de Fernanda Rachel Zago e Matheus Gobato Nunes, sócios da empresa prestadora de serviços da casa de apostas Bet365. Também está agendada a oitiva dos sócios no Brasil da casa europeia de apostas Parimatch, Edson Antônio Lenzi Filho e Thiago Heitor Presser. 

 

 “O que se constatou até agora foi a questão do aliciamento a jogadores. E eles são réus confessos, admitiram que foram procurados e aliciados pelas quadrilhas. Isso a gente tem comprovado até o momento, e acho que a CPI não vai muito mais além disso”, disse José Rocha. 

 

O deputado José Rocha se referiu a casos como o do lateral Moraes, que atuava pelo Juventude em 2022, e que confessou ter recebido R$ 25 mil para levar cartão amarelo nas partidas contra o Palmeiras e o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro. Há também o caso do zagueiro Kevin Lomónaco, que atuava pela equipe Red Bull Bragantino, e que admitiu ter recebido R$ 70 mil para ser punido com um cartão amarelo em uma partida contra o América-MG. 

 

O deputado baiano afirmou que a comissão vai chegar ao final com sugestões de indiciamentos ao Ministério Público, e disse que o esquema de manipulação de resultados gerou um desgaste para o esporte e também às casas de apostas.

 

 “A CPI vai realizar seu trabalho e vai enviar os resultados ao Ministério Público. Isso tudo que aconteceu foi muito ruim, porque não só foram alterados os resultados de partidas, mas também houve interferência nas próprias apostas, direcionadas aos ganhadores. Isso é muito ruim para o esporte e também para as próprias casas de apostas”, disse o deputado José Rocha. 

 

Presidida pelo deputado Julio Arcoverde (PP-PI) e relatada pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), a CPI da Manipulação de Resultados foi instalada em 17 de maio a partir de investigações feitas pelo Ministério Público de Goiás que levantaram suspeitas de interferência no resultado de quatro jogos da série B. No dia 17 de agosto foi aprovado um requerimento para a prorrogação dos trabalhos da comissão por mais 60 dias, o que levará a CPI a funcionar até o mês de novembro. 

 

A CPI ainda tem diversos requerimentos em pauta para serem aprovados. Diversos deles são de convocação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. Os deputados querem questionar o presidente da CBF para saber que medidas estão sendo adotadas para coibir fraudes nas competições do futebol brasileiro, bem como em relação às punições em curso contra os envolvidos já identificados. Fonte:

Bahia Noticias

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