Irmão de deputado é preso em operação contra fraude na saúde em Goiás
BrasilEntre os presos que a Polícia Civil de Goiás deflagrou, nesta quinta-feira (26/1), em operação, batizada de “Sinusal” para combater fraudes na área da Saúde em Goiás, está o irmão do deputado federal eleito Ismael Alexandrino (PSD), o médico Daniel Alexandrino. São cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão temporário, além de bloqueio e sequestro de bens. Houve busca e apreensão na casa de Ismael, que é ex-secretário de saúde de Goiás. Em junho do ano passado, conforme reportagem do Metrópoles revelou com exclusividade que uma empresa ligada a Daniel tinha contratos de R$ 9 milhões com uma organização social (OS) para prestar serviço em duas policlínicas e um hospital públicos estaduais. Duas semanas após a publicação da matéria, o Ministério Público determinou a abertura de uma investigação pela polícia.
Segundo a Polícia Civil, os crimes apurados são de organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, advocacia administrativa e de lavagem de dinheiro. O montante total dos contratos já ultrapassa R$ 10 milhões. A operação visa combater fraudes contratuais supostamente praticadas pela empresa e a OS, que atuam na prestação de serviço da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás. A investigação foi feita pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap).
Contratos milionários
A empresa com contratos milionários ligada a Daniel Alexandrino é a Amme Saúde. A dona da Amme, segundo o site Metrópoles,é a administradora Andréia Lopo de Oliveira. Ela é ex-secretária da clínica particular do irmão de Ismael Alexandrino.
Além de ex-funcionária de Daniel Alexandrino, Andréia também é dona de outra empresa chamada AZ Liffe Ltda, que já pertenceu ao irmão do deputado federal eleito. Em seu currículo no sistema Lattes, Daniel Alexandrino chegou a se apresentar como “proprietário da Clínica Amme Saúde”, mesmo nome da empresa que fechou contratos milionários.
Esses contratos da Amme Saúde eram assinados com a organização social Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC). O objetivo dos contratos era a prestação de serviços médicos especializados no Hospital de Itumbiara e nas policlínicas de São Luís de Montes Belos e da cidade de Goiás. A sede da Amme fica em um sobrado modesto, formado por salas comerciais e quitinetes. A empresa ocupa uma das salas e não tem fachada ou identificação.
A legislação de Goiás proíbe que a organização social se relacione com entidades privadas cujos dirigentes tenham relação de parentesco com agentes públicos de poder.