Heleno diz que críticas de nações estrangeiras sobre Amazônia visam derrubar Bolsonaro
BrasilO ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), Coronel Heleno, disse nesta segunda (21), em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) para debater o Fundo do Clima (reveja), que as críticas contra a ação governamental sobre a Amazônia visam “derrubar” o governo Bolsonaro.
A audiência discutiu a ação movida por quatro partidos políticos que contestam o atraso do governo na aplicação dos recursos do Fundo do Clima, paralisado desde 2019.
“Não podemos admitir e incentivar que nações, entidades e personalidades estrangeiras, sem passado que lhes dê autoridade moral para nos criticar, tenham sucesso no seu objetivo principal, obviamente oculto, mas evidente para os não inocentes, que é prejudicar o Brasil e derrubar o governo Bolsonaro”, disse Heleno.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), também participou da audiência e criticou o governo, afirmando que a gestão só passou a dar atenção ao Fundo do Clima depois que o PT, PSOL e Rede terem movido uma ação junto ao STF.
De acordo com Maia, em 2020 o governo destinou orçamento equivalente a apenas 67% do ano anterior ao fundo. “Em 2019, o valor autorizado inicialmente encontrava-se na média, contudo a execução efetiva dos recursos ficou próxima de zero”.
Também presenta no debate, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, seguiu a mesma linha de Heleno e disse que o discurso de que o Brasil vive um retrocesso ambiental não é verdadeiro. Para Salles, a ação judicial perdeu o objeto e deveria ter a tramitação encerrada pelo STF, uma vez que o governo já teria comprovado o uso adequado do Fundo do Clima.
“Os fatos nem sempre correspondem às versões que são trazidas. Quando a gente verifica fato a fato a gente vê que aquela narrativa do desmonte, do retrocesso, da não preservação, do não cuidado não se sustenta. O que pode haver são visões diferentes de como fazê-lo”, disse Salles.
Heleno reconheceu que se trata de um “assunto é altamente polêmico” e disse que não há comprovação científica de que o aumento de incêndio nas florestas decorra de inação do governo federal.