Governo Lula tem primeira rodada de reuniões com entregadores
BrasilOs motoentregadores terão nesta terça-feira (17) a primeira reunião com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro será com Gilberto Carvalho, secretário de economia solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, em São Paulo.
Participarão da reunião representantes dos sindicatos de motoboys, de entidades que representam os motoentregadores autônomos e pessoas tidas como lideranças nos estados.
Há alguns dias, um grupo de entregadores reunidos sob a Aliança dos Entregadores de Aplicativos pediu uma reunião com o ministro Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, e com o presidente Lula.
O grupo também aprovou um indicativo de greve para o dia 25 deste mês. A paralisação pretende pressionar os aplicativos a melhorar a renumeração e a relação com os entregadores, e quer também garantir que qualquer negociação sobre a regulamentação inclua os autônomos.
Os representantes dos aplicativos estão na expectativa de conseguir uma data para sentar com o governo. O MID (Movimento Inovação Digital), que reúne apps como 99, Mercado Livre, Loggi e Rappi (são cerca de 150 empresas) encaminhou na sexta (13) um pedido de reunião para o dia 19.
Eles querem debater, além da regulamentação dos serviços de entrega, as regras para viagens de passageiros. O pedido de encontro é assinado pelo presidente do MID, Vitor Magnani.
A criação de um conjunto de regras para o trabalho intermediado por aplicativos estará na pauta de outras duas reuniões previstas para esta semana.
A primeira será na quarta (18) com o presidente Lula e representantes de centrais sindicais como UGT (União Geral dos Trabalhadores), Força Sindical, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e CSB (Central dos Sindicatos do Brasil), em Brasília (DF).
Na quinta (19), também na capital federal, há previsão de uma outra reunião das centrais com o ministro Luiz Marinho, da qual devem participar representantes do Conselho Nacional dos Sindicatos de Motoentregadores.
Além das regras para os aplicativos, política de valorização do salário mínimo, proteção aos desempregados, uma política de preços para produtos essenciais, estoques regulares, geração de emprego e reestruturação sindical estarão na pautas das reuniões das centrais.
No início deste mês, o presidente do conselho, Gilberto Almeida dos Santos, que lidera também o sindicato de São Paulo, enviou ao governo um pedido de reunião para discutir a situação desses trabalhadores.
Não existe, ainda, uma proposta fechada para uma regra que proteja os empregadores. A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é um dos pontos centrais da rusga entre os motoboys sindicalizados e os autônomos de diversos grupos. Os sindicatos não abrem mão da formalização, mas nos demais grupos, a obrigatoriedade do registro em carteira não é um consenso.
Fernanda Brigatti, Folhapress