Centrão articula ‘quarentena eleitoral’ para juízes e desembargadores
BrasilPor meio de ‘plano anti-Deltan’, líderes de partidos querem obrigar magistrados que se lançarem candidatos a deixar cargo ao menos dois anos antes da disputa
Os líderes de partidos do Centrão estão trabalhando para desengavetar proposta que cria uma “quarentena eleitoral” para magistrados, integrantes do Ministério Público e até policiais interessados em ingressar na vida política.
Depois de tentarem articular uma CPI para apurar vazamentos de investigações da Operação Lava Jato, a cúpula quer agora que integrantes dessa categoria sejam obrigados a deixar o cargo ao menos dois anos antes do pleito ao qual pretendem lançar candidatura.
Nos bastidores, segundo o Estado de S. Paulo, a estratégia é batizada de ‘plano anti-Deltan’, em referência ao procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da em Curitiba.
Na prática, a possibilidade de juízes e procuradores migrarem para a política – como fez o ministro da Justiça, Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato – acendeu o sinal vermelho no Congresso.
A nova ofensiva ganhou força após deputados aprovarem a Lei de Abuso de Autoridade, vista como “troco” da classe política a medidas de combate à corrupção.
O assunto foi tratado em recente reunião de dirigentes do Solidariedade, DEM e MDB, entre outros partidos. “Uma quarentena de cinco anos está bom. Menos que isso é pouco”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade.
Atualmente, para que possam se candidatar, magistrados e membros do MP precisam se desligar de suas funções seis meses antes da eleição, como qualquer outro ocupante de cargo público.
Este é o prazo estabelecido pela lei para que os postulantes a vagas no Executivo e Legislativo se filiem a um partido para lançar a candidatura.