Apesar de tom mais moderado, Bolsonaro volta a distorcer discurso de diretor da OMS
BrasilEmbora tenha adotado tom mais moderado no pronunciamento desta terça-feira (31) (leia mais aqui), o presidente Jair Bolsonaro voltou a distorcer as declarações do diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde) Tedros Adhanom Ghebreyesu.
“O diretor da OMS disse saber que “muitas pessoas, de fato, têm que trabalhar todos os dias para ganhar seu pão diário” e que “os governos têm que levar essa população em conta”. Continua, ainda: “se fecharmos ou limitarmos movimentações, o que acontecerá com essas pessoas que têm que trabalhar todos os dias?”. Ele prossegue: “então, cada país, baseado em sua situação, deveria responder a essa questão”. O diretor da OMS afirma, ainda, que, com relação a cada medida, “temos que ver o que significa para o indivíduo nas ruas”. E complementa: “eu venho de família pobre. Eu sei o que significa estar sempre preocupado com o seu pão diário. Isso deve ser levado em conta porque todo indivíduo importa. A maneira como cada indivíduo é afetado por nossas ações tem que ser considerada”, disse Bolsonaro.
A declaração do dirigente da OMS, no entanto, foi a seguinte: “eu sou da África e sei que muita gente precisa trabalhar cada dia para ganhar o seu pão. E governos devem levar essa população em conta. Se nós estamos limitando os movimentos, o que vai acontecer com essas pessoas que precisam trabalhar diariamente? Cada país deve responder a essa questão. Nós também precisamos ver o que isso significa para o indivíduo na rua. Venho de uma família pobre e sei o que significa se preocupar sempre com o pão de cada dia. E isso precisa ser levado em conta, porque cada indivíduo importa. E nós temos que levar em conta como cada indivíduo é afetado pelas nossas ações. É isso que estamos dizendo”, disse.
Mais cedo, o presidente da República havia omitido trechos do discurso de Ghebreyesu, que utilizou as redes sociais para se defender.