Vice de ACM Neto, Ana Coelho altera declaração de raça de parda para branca
BahiaA vice na chapa encabeçada por ACM Neto (União) na disputa ao Governo da Bahia, Ana Coelho (Republicanos) alterou a sua declaração de raça de parda para branca. A mudança veio após críticas de opositores que questionaram a opção da candidata.
Um dos ataques veio do governador Rui Costa (PT). Em entrevista coletiva na semana passada, o petista afirmou que Neto e Ana teriam se declarado pardos para Justiça Eleitoral visando fraudar a distribuição de verbas públicas.
“Tem que ver a árvore genealógica dele, para ver se tem alguma raiz africana dos dois, para se declarar pardo, com o objetivo de fraudar – e o Ministério Público Eleitoral já chamou – a distribuição de verbas. Porque, para negro e para pardo, o candidato recebe mais recursos. Não sei se todo mundo sabe disso. Na Lei Eleitoral, no fundo partidário, quem é negro e quem é pardo, o partido é obrigado a dar mais dinheiro para esse candidato”, afirmou Rui (veja mais aqui).
Neto também se declarou pardo e na sabatina realizada pela TV Bahia, na última segunda-feira (12), defendeu sua escolha. “Em 2016, eu fui candidato a prefeito, naquela época não havia fundo eleitoral, não haviam cotas. Eu me declarei pardo, está lá na minha declaração. Se tem alguém à vontade nessa história, sou eu, porque eu me considero assim. O povo baiano é misturado, há uma miscigenação enorme na Bahia”, justificou.
No início do mês, a Corregedoria-Geral Eleitoral acatou o pedido de indeferimento da declaração, proposto pelo candidato a deputado federal pelo PSOL Jorge X, e dado um prazo para que Neto e Ana apresentassem “justificativa plausível” por terem se autodeclarados como pardos.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o percentual de candidatos negros (ou seja, a soma de pretos e pardos) nas eleições gerais de 2022 é o maior desde 2014, quando começou a autodeclaração de raça. Para a disputa de 2022, 49,49% dos candidatos se declararam negros. Em 2018, foram 46,5% e, em 2014, foram 44,24%.
Porém os recursos não são distribuídos na mesma proporção. De modo geral, os dados de prestação de contas do TSE mostram que os candidatos negros receberam, até o momento, pouco mais de 25% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (saiba mais aqui).