Teixeira de Freitas tem disputa entre atual e ex-prefeito e influência do bolsonarismo
Bahiapor Matheus Caldas
Uma das quatro cidades da Bahia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve mais votos que Fernando Haddad (PT), Teixeira de Freitas, Extremo Sul, ainda tem como um dos componentes o embate ideológico para a eleição municipal deste ano. A cidade, que é o nono maior colégio eleitoral do estado, com 108.615 eleitores, tem oito candidatos, mas a disputa deve ser mesmo entre o atual prefeito, Temotéo Brito (PP) – apoiado pelo PSL, ex-partido de Bolsonaro – e o Doutor Marcelo Belitardo (DEM).
Se as principais previsões se concretizarem, a disputa será esta. Contudo, outro nome corre por fora: o do ex-prefeito João Bosco (PT), que perdeu no último pleito para Temotéo, e não logrou êxito na tentativa pela reeleição.
Além dos três nomes citados, participam da disputa os seguintes nomes: Caio Checon (SD), Marta Helena (PSDB), Pablo Franstêscouly (UP), Tena de Jesus (PTC) e Xandão Júnior (Pros).
PREFEITO POLÊMICO
Em fevereiro deste ano, Temóteo ganhou notoriedade no noticiário estadual após atacar uma pessoa num hospital da cidade. “Eu não estou pedindo voto a você, não. Meta seu voto onde você quiser”, afirmou à época (leia mais aqui).
COLIGAÇÃO CURIOSA
Para tentar a reeleição, Temóteo tem um arco de aliança incomum para a maioria das eleições. Ele é apoiado, além do PSL, por PCdoB e PDT, partidos ideologicamente rivais na maioria das cidades brasileiras. Além disso, ele conta com o apoio do Avante e do Republicanos – este lançou Tatiane Ruas como vice.
Com Tatiane, o atual vice, Lucas Bocão (PSL), sai como candidato a vereador após uma tentativa frustrada de se lançar como postulante ao Executivo municipal. Graças a isto, o PSL, presidido no município por Gonzaga, não teve escolha se não a voltar apoiar o atual prefeito à reeleição.
O PDT quase não esteve junto ao atual gestor. Isto porque o ex-presidente municipal da sigla, Arnaldinho, atuou para não apoiar Temóteo. Contudo, prefeito conseguiu apoio do deputado estadual Samuel Jr. (PDT), que teve voz mais forte na disputa, garantindo a presença da legenda na base do progressista. O PCdoB, por sua vez, possui um cargo na Secretaria Municipal de Assistência Social: o presidente municipal da sigla, Gilberto do Sindicato, é o titular.
Do outro lado, Doutor Marcelo Belitardo não possui outro partido que não seja o DEM no seu arco de aliança. Contudo, ele é médico concursado na cidade e já possui embates políticos com a atual gestão. Em 2018, segundo o portal o Sollo, ele teve indeferido o credenciamento MGB Serviços Médicos Especializados LTDA.-Me para prestar atividades à prefeitura, uma vez que, por ser funcionário do município, “não pode ser sócio de Pessoa Jurídica que preste serviços ao Poder Público que o remunera”, conforme dito pela gestão municipal à época. Ele também pavimentou seu nome após seu irmão, Marcos Belitardo (DEM), ter sido escolhido vereador.
Já João Bosco tem o trunfo: o PSD, ex-partido do atual prefeito. Após divergências, o partido presidido pelo senador Otto Alencar optou pelo apoio ao ex-gestor na disputa, que também tem PV e MDB na base.