Sem atualização dos municípios, Bahia acumula 116 mil casos suspeitos de Covid-19

Bahia

por Fernando Duarte / Lula Bonfim

Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias

A Bahia vive uma segunda onda de contaminação pela Covid-19. O fato já foi confirmado pelo governo do estado (veja aqui), que contabiliza 10.723 casos ativos da doença em território baiano (confira aqui). Entretanto, este número pode estar subestimado. Segundo o boletim epidemiológico publicado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) nesta terça-feira (8), 116.380 casos estão em investigação, ainda aguardando diagnóstico acerca da contaminação ou não pelo novo coronavírus.

 

Segundo o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, o alto número de casos em investigação é motivado pela não atualização das notificações pelas prefeituras do interior baiano, que não sinalizam à Sesab se o diagnóstico foi positivo ou negativo. “São casos notificados, mas não concluídos. Os municípios abrem [a notificação de caso suspeito], mas não fecham”, explicou ao Bahia Notícias.

 

O número de casos suspeitos de Covid-19 na Bahia está em crescimento constante desde meados de outubro. Há 45 dias, eram 82 mil casos em investigação. Há 30 dias, 87 mil. Há 15 dias, 96 mil. No dia 25 de novembro, o dado passou de 100 mil e continuou crescendo, até chegar a 118.441 em 5 de dezembro. Após um recuo no domingo (6) e na segunda (7), voltou a subir nesta terça (8).

 

Esse período de 13 dias com os casos em investigação acima dos 100 mil, entre o fim de novembro e o início de dezembro, é inédito, desde a chegada da pandemia do novo coronavírus na Bahia. Os suspeitos de Covid-19 só haviam ultrapassado essa marca por cinco dias entre 20 e 24 de junho e por dois dias entre 10 e 11 de julho, o que pode indicar que uma segunda onda de contaminação mais forte que a primeira. Essa leitura, porém, só poderá ser feita de forma exata com a atualização dos diagnósticos pelos municípios.

 

Os casos que ainda aguardam diagnóstico representam 8,52% das notificações registradas pela Sesab desde o dia 6 de março, quando a primeira contaminação foi registrada em Feira de Santana, e justificam também os óbitos contabilizados em atraso pelo governo. No boletim desta terça, 13 das 29 mortes ocorreram em meses anteriores, entre 25 de maio e 29 de novembro.

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