Salvador terá polo de negócios para fomentar economia criativa
Bahiapor Bruno Luiz
Salvador vai ganhar um polo físico de economia criativa. Batizado de Doca 1, em referência ao fato de a cidade ter tido o primeiro porto do Brasil, o espaço será implementado no Terminal Marítimo, no bairro do Comércio, e deve começar a funcionar em junho do próximo ano, segundo estimativa da prefeitura. A ordem de serviço para início das obras de construção do centro foi assinada nesta terça-feira pelo prefeito ACM Neto (DEM).
O empreendimento, que visa fomentar a indústria criativa da capital baiana, é uma das apostas da gestão para retomada da economia na cidade. A novidade foi anunciada junto a outras 13 para áreas como cultura, música, entretenimento, design, mídia e conteúdos digitais (veja aqui, aqui), que integram o plano de 101 medidas para estimular a economia soteropolitana, atingida pela pandemia do novo coronavírus. Somente o pacote apresentado nesta manhã soma R$ 32 milhões em investimentos.
Segundo dados da prefeitura, o setor de economia criativa em Salvador é composto por 85% de microempresas (com até 4 colaboradores), que geram 52 mil empregos, mas trabalham sem integração com outros profissionais atuantes no segmento. Para Neto, os principais desafios na área são qualificação de mão de obra, conhecimento de gestão, acesso a financiamento, acesso a informação e tendências e formação de clusters criativos. O objetivo do novo polo é aproximar empresas e trabalhadores.
O prefeito explicou que o Doca 1 será construído no modelo de negócios “built to suit”, ou seja, caberá ao privado investir em mobiliário, equipamentos, operação e manutenção do espaço, com investimento de R$2 milhões. O privado também terá que recepcionar programas municipais, a exemplo da Salvador Filmes, agência de fomento para estimular produções locais que faz parte do conjunto de ações detalhadas hoje. A prefeitura, por sua vez, destinará R$7 milhões em recursos para locação por encomenda, infraestrutura e realização de eventos próprios ou patrocinados.
No local, vão poder conviver em uma rede de espaços compartilhados com cursos, oficinas, consultorias e eventos. O equipamento, que vai contar com diversos curadores de áreas distintas, terá espaço gastronômico, estúdios, ateliês, restaurante escola, uma praça de eventos e loja conceito.
A estimativa da gestão é de que a economia criativa e os outros seis eixos juntos estimulem o surgimento de 50 mil novos empregos, diretos e indiretos, nos setores da construção civil, mercado imobiliário, economia criativa, mercado de tecnologia, turismo, e serviço de saúde. Eles estão sendo implantados de forma simultânea, e vão entrar em operação até o final de 2020.