PSD e PP tem mais prefeituras; DEM governa mais baianos: ‘Equilíbrio’, avalia cientista
Bahiapor Jade Coelho
Apesar do PSD e PP contabilizarem o maior número de prefeituras na Bahia (leia aqui), é o DEM, presidido pelo prefeito de Salvador, ACM Neto, que governa o maior número de pessoas no estado.
Com os resultados das urnas deste domingo (15), a sigla conquistou cadeiras na chefia do Executivo em 39 cidades e passará a governar 4,5 milhões de baianos a partir de 1º de janeiro de 2021.
Juntos, o PSD dos senadores Otto Alencar e Angelo Coronel, e o PP do vice-governador João Leão têm 47% das prefeituras baianas. Só que ao observar a população das cidades, os social-democratas vão governar 2,6 milhões de habitantes e os progressistas, 2,1 milhões de baianos, menos que o DEM.
O partido de ACM Neto venceu a disputa em seis das 20 maiores cidades cidades do estado: a capital Salvador, Camaçari, Barreiras, Eunápolis, Luis Eduardo Magalhães e Teixeira de Freitas.
ANÁLISE DO CENÁRIO: ‘EQUILÍBRIO POLÍTICO’
O cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Cláudio André Souza, analisa que o resultado das eleições 2020 na Bahia reflete o poder e importância dos principais partidos nacionalmente. Ele destaca que quatro siglas estão no centro da disputa e à margem da polarização política em Salvador, na Bahia e no Brasil: DEM, PT, PP e PSD.
Para começar, ele destaca a imporância de observar não só o número de cidades conquistadas, já que há Salvador, “com eleitorado gigante, e cidades pequenas com 10-15 mil pessoas”.
Ao olhar como um todo os resultados das urnas e as conquistas dos partidos, o professor sugere que há “equilíbrio político” no cenário baiano.
“Essas quatro siglas [PP, PSD, PT e DEM] que lideram a política baiana são os quatro protagonistas no cenário político nacional. O DEM ocupa a presidência da Câmara e do Senado, o PSD é protagonista com diálogo com o presidente [Jair] Bolsonaro e tem o Ministério das Comunicações, o PT é o principal partido de oposição, e o PP que também dialoga com o governo Bolsonaro”, ponderou.
O cientista político prevê que o cenário para o pleito de 2022, que vai eleger governador, deputados federais e estaduais e senador, vai “de alguma maneira estar atrelado” ao cenário atual.