Programa de saneamento rural do Governo da Bahia será apresentado ao gabinete de transição do governo federal

Bahia

O programa Mais Dignidade no Campo será apresentado nesta quarta-feira (30) ao Gabinete de Transição do governo federal, em Brasília. Criado pelo governo do Estado, a iniciativa tem instalado centenas de banheiros sustentáveis e de fácil utilização em residências rurais do semiárido baiano, em regiões que carecem de esgotamento sanitário adequado, levando assim melhores condições de vida para os moradores. O projeto já foi levado a outros países.

Os resultados serão apresentados por Alisson Gonçalves, chefe de gabinete na Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) e coordenador do projeto. A pasta é responsável pela iniciativa em parceria com a Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM).

Lançado em março de 2022, o Mais Dignidade no Campo instala nas residências rurais os chamados Módulos Sanitários Secos, também conhecidos como banheiros solares. Nesta tecnologia, desenvolvida por uma empresa alemã especializada em soluções tecnológicas eficientes e de baixo custo, os dejetos humanos são tratados no calor gerado pelo sol e pelo vento, abundantes nessas regiões. O processo biológico, que não utiliza nenhum outro produto químico, gera um material que é biofertilizante natural.

Portanto, os módulos sanitários instalados pelo projeto não utilizam energia elétrica e nem água para o tratamento do esgoto, pois são elementos escassos nas residências rurais do semiárido baiano. Além disso, trata-se de um sistema de fácil manuseio e com manutenção barata, outras condições inestimáveis para as famílias. Outra vantagem é que o fertilizante que resulta do processo pode ser utilizado pelos moradores em suas produções, fortalecendo assim a economia local.

Os banheiros já foram levados a centenas de residências de municípios como Casa Nova, Curaçá, Umburanas, Caém, Mirangaba, Ipirá, Itapetinga e Itambé. Além da instalação, o Mais Dignidade no Campo realiza a conscientização das famílias para a utilização do sistema e acompanha a adesão dos moradores. Segundo os indicadores levantados pela FLEM, o sucesso na adesão na compreensão do uso é de mais de 90%.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 61,27% das casas brasileiras depositam dejetos em fossas rudimentares, em cursos d’água ou diretamente no solo a céu aberto. Este cenário contribui direta e indiretamente para o surgimento de doenças de transmissão hídrica, parasitoses intestinais e diarreias, principais responsáveis pelo aumento da taxa de mortalidade infantil.

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