Por maior espaço no governo Jerônimo, Rui tenta emplacar Casa Civil e grupo de Wagner tenta “compensação”
BahiaA arrumação da gestão do governo Jerônimo Rodrigues (PT) após a disputa municipal deste ano segue opondo as forças políticas. Com a possibilidade aberta na troca de nomes que ocupam o primeiro escalão, os grupos do ministro da Casa Civil Rui Costa e do senador Jaques Wagner (PT) têm duelado por uma maior representação no governo.
A bola da vez para “retornar” ao governo da Bahia é o atual secretário especial do programa de Parcerias de Investimentos – PPI da Casa Civil, Marcus Cavalcanti. O ex-secretário de Infraestrutura da Bahia tem sido colocado como possível substituto para o chefe da Casa Civil, Afonso Florence, após uma articulação feita por Rui Costa em tentar emplacar mais um nome. Apesar disso, a ideia não é recebida de forma pacífica, pelo menos pelo grupo do senador Jaques Wagner.
Informações obtidas pelo Bahia Notícias com interlocutores do alto escalão do governo Jerônimo, o embate estaria se dando por conta de uma “compensação” de espaços. Com o desejo de emplacar Marcus na Casa Civil, o senador desejaria que o grupo do ministro “abdicasse” de outros espaços que possui, como forma de que não ampliasse ainda mais sua ascensão frente a gestão. Atualmente, Rui tem como aliados na gestão o presidente da Conder, Zé Trindade, o presidente da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), Diogo Medrado, e o secretário de Comunicação do Estado, André Curvello.
O último, inclusive, é mencionado nos bastidores como eventual foco do grupo de Wagner. Curvello está no posto desde 2015, quando foi convidado pelo então governador Rui Costa a desempenhar a função. A pasta é uma das citadas para uma eventual “compensação”, onde lideranças de Wagner estariam pleitando ocupar o espaço.
As alterações tiveram o “pontapé inicial” com a readequação do espaço para abarcar o retorno da ex-secretária de Educação Adélia Pinheiro (PT), que disputou a eleição pela prefeitura de Ilhéus, terminando derrotada no pleito. Lideranças com forte influência na gestão de Jerônimo Rodrigues apontaram ao Bahia Notícias que Adélia pode retornar ao governo, porém não no antigo posto. Adélia ocupou a Secretaria de Educação até o prazo de descompatibilização para disputar a prefeitura de Ilhéus. Com isso, outro “espaço” ainda precisa ser encontrado para Adélia, já que a atual secretária, Rowenna Brito, possui prestígio na gestão.
Com isso, algumas possibilidades foram estabelecidos para a troca, com um cenário construído por alguns interlocutores do governo. De acordo com apuração do Bahia Notícias, entre os movimentos estaria uma “dupla alteração”, com mudanças envolvendo a secretaria de Saúde e a Casa Civil. O rascunho, realizado por alguns integrantes do alto escalão do governo, contemplando e oxigenando a gestão, apontaria para “trocas”.
Como primeiro passo, a secretária de Saúde da Bahia Roberta Santana ganharia um novo protagonismo, assumindo a Casa Civil. Santana teve forte atuação na campanha governista em Feira de Santana, com o deputado federal Zé Neto (PT), participando de forma mais direta com a política.
Com o deslocamento, o atual secretário Afonso Florence poderia retornar para a Câmara dos Deputados ou assumir a secretaria de Planejamento, com a eventual saída de Cláudio Peixoto. O então espaço aberto na Saúde do estado seria liberado para Adélia, que tem forte relação com ex-governador e ministro da Casa Civil Rui Costa, recebendo um reforço no “coro” por sua volta após o resultado eleitoral negativo.
A Seplan, inclusive, seria alvo do Partido Progressistas para a retomada da relação com o governo. O espaço já foi ocupado pelo PP, com o então vice-governador do estado João Leão, exonerado no início de 2022, após o reposicionamento do partido nas eleições daquele ano. Atualmente, a pasta é ocupada por Cláudio Peixoto, que deve deixar o cargo. Peixoto era chefe de gabinete da Seplan, assumindo a pasta com a saída de Leão e permanecendo durante a nova gestão de Jerônimo.
Fonte; Bahia Noticias