Pela primeira vez desde 2002, Salvador perde posto de capital com maior PIB no Nordeste

Bahia
Pela primeira vez desde 2002, Salvador perde posto de capital com maior PIB no Nordeste

Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Ultrapassada por Fortaleza, Salvador deixou, em 2018, de ser a cidade com maior Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste. É a primeira vez que isso acontece desde 2002, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Com a perda, a capital baiana caiu de 9º para 10º lugar no ranking dos municípios com os 10 maiores PIBs do Brasil. Quando o recorte são as 20 capitais, a cidade desceu da 8ª para 9ª posição. De forma geral, Salvador teve a oitava maior perda de participação no PIB nacional, de 0,95% em 2017 para 0,91% em 2018.

 

Segundo o instituto, os resultados se explicam, em parte, pela retração nominal da indústria na cidade e, de forma mais importante, pela queda de participação nos serviços em geral.

 

Em 2018, o valor bruto produzido pela indústria soteropolitana ficou em R$ 6,9 bilhões, mostrando queda de 6,4% frente ao gerado em 2017 (R$ 7,4 bilhões). Com isso, a indústria perdeu peso na economia de Salvador (de 13,53% do valor total gerado pelo PIB em 2017 para 12,54% em 2018). 

 

A capital baiana, por sua vez, perdeu participação no valor gerado pelo setor industrial em nível nacional (de 0,62% para 0,53%), regional (de 4,67% para 4,16% no Nordeste) e estadual (de 13,94% para 12,82% na indústria baiana). Apesar das perdas de posição e participação na economia regional e nacional, Salvador teve um leve incremento de 1,1% no PIB de 2018, chegando a R$ 63,5 bilhões, contra R$ 62,8 bilhões de 2017.

 

FEIRA CRESCE PARTICIPAÇÃO NO PIB
Salvador foi o município que mais perdeu participação na riqueza gerada no estado entre 2002 e 2016. Por outro lado, quem mais ganhou peso na economia da Bahia, nesse período, foi Feira de Santana. Apesar deste resultado, a cidade continua em terceiro lugar, atrás de Camaçari, no top 3 das cidades com maior PIB no estado. 

 

Em 2002, de cada R$ 100 gerados na Bahia, cerca de R$ 27 vinham de Salvador, que respondia por 26,8% do PIB do estado. Em 2018, a participação ficou em 22,2%, ou seja, a capital era responsável por pouco mais de R$ 22 de cada R$ 100 gerados no estado. Já Feira de Santana, que contribuía com 3,7% do PIB da Bahia em 2002, viu sua participação crescer para 5,1% em 2018.

 

As duas cidades têm forte peso nos serviços privados (excluindo-se a administração pública), que representavam em 2018 72,0% do valor gerado pelos setores produtivos em Salvador e 65,1% do valor gerado em Feira de Santana.

 

A perda de peso de Salvador no PIB baiano se explica justamente pela redução da importância da capital nos serviços privados (de 42,3% para 31,4% do valor gerado pelo setor no estado, entre 2002 e 2018), com uma perda relevante também na indústria (de 18,8% para 12,8%).

 

Já o ganho de Feira se deu com um pouco mais de força no setor industrial da Bahia (de 2,9% em 2002 para 4,5% em 2018) do que nos serviços privados (de 4,8% para 6,4% do valor gerado no estado). 

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