Oposição vai usar suposta espionagem na Bahia para atrapalhar transferência da Abin para Rui Costa
BahiaA oposição ao governo Lula promete usar um suposto caso de espionagem na Bahia para tentar barrar a transferência da Agência Braileira de Inteligência (Abin) para a Casa Civil, cujo ministro é o ex-governador da Bahia, Rui Costa (PT).
Segundo a revista “Veja”, o caso do segurança do então candidato ao governo da Bahia ACM Neto (União Brasil), em setembro, pode ter sido resultado de uma ação de monitoramento clandestino feito com o aval de Rui, governador à época. Segundo a reportagem, mensagens trocadas entre os policiais no dia do crime e anexadas ao pedido de investigação indicam que a Secretaria de Segurança da Bahia estaria monitorando o deslocamento dos carros usados pela campanha de ACM Neto.
Para justificar a vigilância e permitir o acompanhamento do candidato do União, foram incluídas no sistema de busca da polícia placas de veículos que supostamente estariam sendo usados por traficantes procurados foragidos. No entanto, a situação saiu do controle quando os seguranças foram vistos entrando armados na pousada, sendo um deles assassinado momentos depois.
Neto acredita que foi alvo de operação de inteligência organizada com o aval de Rui Costa (embora não exista nenhuma comprovação disso). O objetivo, segundo ele, seria captar alguma atividade ilegal que pudesse ser usada contra ele na campanha eleitoral.
O ex-deputado Cacá Leão (PP), que disputava uma vaga para o Senado, narrou que estava saindo do aeroporto de uma cidade no extremo oeste da Bahia quando o carro que usava foi fechado por duas viaturas da polícia. O episódio aconteceu dois dias antes do assassinato do segurança. “Foi tudo muito estranho, rude. Quando me viram, ficaram olhando, observaram o que tinha dentro do carro e, depois, mandaram seguir sem dizer nada”, lembra. “Soubemos que a orientação era monitorar os deslocamentos dos carros da nossa equipe em busca de dinheiro ou algo que nos comprometesse”, diz ACM Neto.