Operação Overclean: PF cumpre mandados de prisão na Bahia; veja lista completa

Bahia

Operação Overclean cumpriu ao menos 15 dos 17 mandados de prisão emitidos pela Justiça no âmbito das investigações de desvios de recursos de emendas parlamentares com destino no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), principalmente na Coordenadoria Estadual da Bahia (Cest- BA). Entre os alvos da operação estão empresários, servidores e ex-dirigentes de órgãos públicos. Veja a lista dos já identificados:

 

  • Lucas Lobão: ex-coordenador do DNOCS na Bahiaatuou facilitando a aprovação de contratos fraudulentos enquanto no cargo, e continuou a operar nos bastidores após sua exoneração. Possui relação próxima com Alex Parente e atua como sócio oculto da Allpha Pavimentações;
  • Alex Rezende Parente: responsável por financiar as atividades ilícitas, definir as diretrizes operacionais, exercer controle sobre os membros e tomar decisões estratégicas. Administra as empresas Allpha Pavimentações, Larclean Ambiental e Qualymulti Serviços;
  • Fábio Rezende Parente: irmão de Alex Parente, atua como executor financeiro da organização, realizando transferências bancárias e pagamentos de propinas, inclusive utilizando contas de terceiros;
  • José Marcos de Moura: empresário, conhecido como Rei do Lixo, responsável pelo financiamento, coordenação de atividades ilícitas, expansão da rede criminosa e influência em diversas esferas
  • Flávio Henrique Pimenta: servidor da Secretaria Municipal de Educação de Salvador, que trocou informações privilegiadas com Alex Parente sobre um processo licitatório, com o intuito de beneficiar a Larclean;
  • Clebson Cruz de Oliveira: ex-sócio de Fábio Rezende Parente e funcionário da Larclean. Fornece apoio logístico à ORCRIM em Salvador, executando tarefas como entrega de propinas e saques em espécie;
  • Fábio Netto do Espírito Santo: procurador da empresa Villetech, utilizada para lavagem de dinheiro;
  • Orlando Santos Ribeiro: servidor de governo de Itapetinga;
  • Francisco Manoel do Nascimento Neto: vereador e ex-secretário executivo de Campo Formosoque recebeu vantagens indevidas para direcionar contratos para as empresas dos irmãos Alex e Fábio Parente;
  • Kaliane Lomanto Bastos: coordenadora de Projetos na Secretaria de Infraestrutura de Jequié e que teria recebido R$ 48.700,00 em propina de Alex e Fábio Parente para liberar pagamentos de contratos da Allpha;
  • Claudinei Aparecido Quaresemin (operador regional no Tocantins): recebeu transferências bancárias de Alex Parente em contas de pessoas jurídicas interpostas, totalizando R$ 805.400,00;
  • Itallo Moreira de Almeida: servidor da Secretaria de Educação do Tocantins. Recebeu R$ 172.590,00 em transferências por determinação de Alex Parente, através de pessoas interpostas;
  • Evandro Baldino do Nascimento: empresário da construção, participando de fraudes em licitações em diversos municípios;
  • Geraldo Guedes de Santana Filho: sócio da A G&M Agência de Turismo e funcionário de Alex Parente, executa funções de contabilidade, secretariado e intermediação com agentes públicos
  • Diego Queiroz Rodrigues: ex-vereador e vereador eleito de Itapetinga;
  • Ailton Figueiredo Souza Junior: possui forte influência na Prefeitura de Lauro de Freitas e Intercedeu para garantir pagamentos à PAP Saúde Ambiental, empresa ligada a Alex Parente;
  • Iuri dos Santos Bezerra: dialogou com Geraldo Guedes sobre a destruição de provas, a mando de Alex Parente;

 

 

Ainda não cumpridos 43 mandados de busca e apreensão nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas, Jequié, Itapetinga, Campo Formoso, Mata de São João e Wagner. A PF também teve alvos nos estados de São Paulo, Goiás e Tocantins.

 

ENTENDA
Segundo a Polícia Federal (PF), durante o período investigado, a organização criminosa teria movimentado em torno de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas neste ano. Foi determinado o sequestro de R$ 162,4 milhões referentes ao valor obtido pela organização criminosa por meio dos crimes investigados, aeronaves, imóveis de alto padrão, barcos e veículos de luxo.

 

 

Também foi ordenado o afastamento de oito servidores públicos de suas funções. Ainda segundo informações, a apuração contou com cooperação da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), que apontou que o grupo teria direcionado recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos, para empresas e pessoas ligadas a administrações municipais.

 

 

Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro. Além da PF atuam nas ações agentes do Ministério Público Federal (MPF), da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). 

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