Lula lidera absoluto na Bahia com 62,4%, Bolsonaro 28,4% e Ciro 5,1%; Diz Pesquisa AtlasIntel
BahiaA nova rodada da pesquisa AtlasIntel mostra de forma mais clara o que já vinha sendo levantado nas consultas anteriores: que a associação entre os candidatos ao governo e à presidência pode ser decisiva na escolha do eleitor.
Isso explica tanto o crescimento de Jerônimo, candidato de Lula (PT), quanto de João Roma, representante de Bolsonaro (PL) na eleição estadual. Na Bahia, Lula lidera com 62,4%, com leve variação de 1,5 para menos em relação à última pesquisa.
Bolsonaro tem 28,4% no estado, crescimento de 3,1, atribuído ao pagamento do auxílio e a melhora do cenário econômico. Ciro Gomes (PDT) tem 5,1% na Bahia.
Andrei Roman analisa como a disputa pela preferência do eleitor pode ser influenciada pela campanha nacional, de acordo com a pesquisa. “Os votos de Bolsonaro têm uma distribuição parelha entre Neto (38,4%) e Roma (49,4%). Com Lula é semelhante. Jerônimo tem 58,4% dos votos do ex-presidente e ACM Neto 30,6%, sem grande variação”. O que pode mudar com a associação de Roma e Jerônimo a Bolsonaro e Lula no horário eleitoral, respectivamente.
A análise do cruzamento dos votos para presidente e governador também revela uma tendência importante em caso de segundo turno. Dos eleitores que declaram voto em Bolsonaro, apenas 0,5% admitem votar em Jerônimo. Da mesma forma, entre os eleitores de Lula, 0,3% votariam em Roma. O que faz de ACM Neto o principal beneficiado em caso de uma disputa com qualquer dos outros dois mais votados.
Em contrapartida, Jerônimo tem a seu favor a avaliação positiva de outras figuras políticas do PT. Sobretudo, o atual governador, Rui Costa. A pesquisa AtlasIntel procurou saber como o eleitorado percebe a gestão do petista e 54,8% têm uma imagem positiva do governante. ACM Neto (49,9%) Jaques Wagner (43%), Jerônimo e Otto (38,7%) e João Roma (26,4%) aparecem na sequência.
Quanto à gestão de Rui à frente do governo, 61% dos baianos aprovam a condução do petista, com 43% de avaliação “ótimo e bom” e 27,9% de “regular”. O peso de Rui Costa na eleição do seu sucessor não pode ser desconsiderado, segundo Andrei Roman.
“Rui é um fenômeno de popularidade política. Dá para afirmar isso com bastante imparcialidade. Na frente de todos os líderes estaduais, de direita e de esquerda. Bem avaliado não só pela gestão, mas pelo perfil político. É um desafio para ACM Neto também, talvez seja um rival maior que Jerônimo”.
Se a equidistância de ACM Neto dos dois principais nomes que disputam a presidência o favorece num provável segundo turno, a falta de engajamento pode ser um problema.
Segundo Roman, “quando ACM Neto não faz a defesa do governo Bolsonaro, perde alguns eleitores para João Roma”. Ao mesmo tempo, à medida que a campanha avança, fica evidente que ACM Neto não é o candidato de Lula.
Por outro lado, o crescimento esperado de Bolsonaro, em função das medidas assistenciais que já estão sendo colocadas em prática, pode alavancar a candidatura de Roma e criar um problema para o ex-prefeito de Salvador.
“Se Roma atingir 20% pode romper o bolsão estratégico. ACM ficaria numa posição de fraqueza, depois de começar na liderança, poderia ver a migração dos seus votos para Roma. Para isso, a qualidade das campanhas vai ser decisiva”, projeta o cientista político.
“O desafio de ACM Neto é segurar o eleitor lulista, principalmente os mais jovens, onde o voto em Lula e Neto tem a maior incidência. Ao mesmo tempo, o maior desafio de Jerônimo é atrair esses jovens para tentar uma vitória ainda no primeiro turno”, complementa Roman.
Fonte: A Tarde