Hecatombe pode levar eleição de Salvador ao 2º turno
Bahiapor Fernando Duarte
A ascensão da candidatura de Major Denice (PT), impulsionada pelo apoio explícito do governador Rui Costa (PT), até agora não surtiu efeito nas pesquisas de opinião. A menos de 10 dias do pleito, o nome do vice-prefeito Bruno Reis (DEM) permanece consolidado e, caso confirmada a tendência, apenas uma hecatombe poderia impedir uma vitória dele no primeiro turno das eleições de 2020. Mesmo que os adversários insistam no argumento de que levantamentos de intenção de voto não são confiáveis.
A estratégia de Bruno Reis em reunir 15 partidos na coligação talvez seja a forma mais cômoda de explicar esse crescimento acelerado após o início da campanha oficial. E não é pelo tempo de rádio e televisão. As legendas que apoiam o vice têm cerca de 1.000 candidatos a vereador correndo trecho atrás dos próprios votos e levando consigo o nome dele. Juntando com a exposição recorrente nessas mídias, seja com a propaganda eleitoral ou com as inserções, é a fórmula “perfeita” para uma eventual vitória nas urnas.
A candidatura do Pastor Sargento Isidório (Avante), que chegou a parecer uma ameaça no período pré-campanha, mostrou-se similar a um comprimido efervescente. Bastou começar oficialmente o processo que o deputado federal desidratou e já amarga a quarta posição na corrida, em empate quase numérico com Olívia Santana (PCdoB). Por essa razão, os aliados do pictórico candidato – agora com rédeas – tentaram impedir a divulgação de pesquisas eleitorais recentes. Não dava para assistir totalmente passivo o desmonte de uma aposta alta do PSD.
Já a escolha de Denice, o coelho da cartola do governador Rui Costa, parece agora um tiro pela culatra, mesmo que ela tenha crescido no potencial de votos. A velocidade com que a petista recém-convertida cresceu ainda é insuficiente para atrapalhar os planos de Bruno Reis vencer ainda na primeira etapa. Levando em consideração o histórico mais recente de votações do PT em Salvador, na reeleição de Rui e na tentativa de Fernando Haddad chegar ao Palácio do Planalto, era esperado um melhor desempenho da legenda em Salvador. Até aqui, não aconteceu.
A eleição termina oficialmente no dia 15 de novembro. É um tempo muito curto para uma mudança repentina no rascunho apresentado nas sondagens de intenções de voto em Salvador. Nos bastidores, os aliados de Bruno Reis garantem não haver clima de já ganhou. É uma tentativa de não ser um peixe a morrer pela boca.
Este texto integra o comentário desta sexta-feira (6) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.