Em Luís Eduardo Magalhães, pedra fundamental da Inpasa marca expansão de biocombustíveis na Bahia

Bahia

A Inpasa, maior produtora da América Latina de combustível limpo e renovável à base de grãos, com origem no Paraguai, lançou na manhã desta segunda-feira (21), a pedra fundamental de uma nova planta de biorrefinaria de etanol, em Luís Eduardo Magalhães, região Oeste. Após o início das operações, previstas para o primeiro trimestre de 2026, a Bahia se tornará autossuficiente em etanol. A cerimônia contou com a participação do governador Jerônimo Rodrigues, do presidente da Inpasa, José Odvar Lopes, de secretários estaduais e autoridades.

 

A implantação da fábrica, resultado do trabalho de atração de investimentos do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e Empresa Baiana de Ativos S.A (BahiaInveste), marca a expansão de biocombustíveis na Bahia, que deixará de importar cerca de 700 milhões de litros de etanol de Goiás, equivalente a 70% do consumo atual do Estado.

 

“Fico muito feliz em poder anunciar para o mundo, que nós temos uma indústria com a capacidade da Inpasa no nosso estado. Vamos sair da condição de importador para exportador de combustível renovável, com matérias-primas também sendo produzidas em outros municípios, como São Desidério e Formosa do Rio Preto. Está no projeto também duplicar a rodovia do entorno junto ao Ministério dos Transportes para garantir um conforto para os veículos de carga trafegarem com segurança”, afirmou Jerônimo Rodrigues.

 

A unidade receberá um investimento estimado de R$1,3 bilhão para uma capacidade de processamento anual de um milhão de toneladas de grãos. A produção contempla 460 milhões litros/ano de etanol, 230 mil toneladas/ano de DDGS (Distiller`s Dried Grains with Solubles), 23 mil toneladas/ano de óleo vegetal, 200 Gwh ao ano de energia elétrica. A previsão é de que o projeto esteja totalmente concluído até janeiro de 2026.

A biorrefinaria será instalada na BR- 242, Km 900, em Luís Eduardo Magalhães. No local, será processado milho, já plantado na região, para produzir etanol anidro (misturado à gasolina), hidratado (utilizado diretamente nos postos de combustíveis) e neutro (destinado à indústria farmacêutica e cosmética), proteína de valor agregado para ração animal e óleo de milho. Além disso, ações sociais que beneficiam a comunidade local, incluindo projetos voltados à educação, saúde e desenvolvimento econômico, são alguns dos compromissos assumidos pela empresa.

 

O vice-presidente da Inpasa no Brasil, Rafael Ranzolin, destacou as potencialidades da região. “A Inpasa sempre olhou para o Brasil como um todo, e Luís Eduardo Magalhães chamou muita a nossa atenção porque é uma cidade verticalizada e com potencial industrial instalado. Nos deparamos com todo esse desenvolvimento e trabalho sendo realizado pelo Governo do Estado, que foi outro importante atrativo. Aqui também vamos gerar energia elétrica, tanto para consumo interno, quanto para a exportação”, afirmou

Geração de Empregos

A expectativa é de que sejam gerados cerca de 2,5 mil postos de trabalho durante a obra e mais de 450 empregos diretos com o início das operações. Para viabilizar o empreendimento serão envolvidos cerca de 200 fornecedores diretos e mais de 10 mil cargas transportadas. Com foco no atendimento à demanda de mão-de-obra, a Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) vai articular a capacitação de baianos da região para a nova indústria.

“Já entramos em contato com a Inpasa e fizemos uma reunião com o setor de pessoal para verificar as necessidades de profissionais, de acordo com cada fase de implantação do projeto. A partir daí, identificaremos o perfil de cada um e a necessidade de qualificação, facilitando a contratação de pessoas aqui do Oeste”, contou o secretário da Setre, Davidson Magalhães.

Incentivos fiscais para a produção de etanol

Em setembro deste ano, o governador Jerônimo Rodrigues assinou o decreto que estabelece novos incentivos fiscais para a fabricação do etanol. A nova lei consiste em crédito presumido de 75% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) apurado nas operações com etanol anidro (puro, que é misturado à gasolina) e hidratado (comercializado nos postos de combustíveis), além dos chamados DDGs (coproduto da indústria de etanol de milho que pode ser usado na alimentação animal) e óleos diversos.

O decreto também prevê a desoneração de bens do ativo importados e do diferencial de alíquotas em relação a equipamentos adquiridos no país. Ainda foi concedido um crédito presumido médio por litro de álcool anidro para a indústria fabricante, evitando aquisições do produto de outros estados com crédito fiscais superiores.

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