Deputado propõe alojamento separado para mulher que sofreu aborto ou perdeu bebê no parto

Bahia

Um espaço separado, em hospitais baianos, para acolher mulheres cujas gestações terminem em aborto espontâneo ou em morte perinatal. Isso é o que propõe um projeto de lei (nº 25.094/2023) apresentado na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) pelo deputado Samuel Junior (Republicanos).

De acordo com a matéria, a gestante deverá contar com atendimento humanizado, que incluirá a comunicação sensível a respeito da ocorrência, o acompanhamento psicológico e a oferta de cuidado terapêutico, voltado ao reconhecimento e acolhimento do luto.

Segundo o parlamentar, a expectativa da maternidade gera sentimentos profundos na mulher, relacionados com as representações de família, maternidade, construção do futuro e conexões intergeracionais. Entretanto, quando, no percurso gestacional, a mulher necessita lidar com a perda daquele ser que é a fonte de tantos sentimentos difusos, é como se todo um universo de sonhos desaparecesse instantaneamente, e nesse momento ela precisa de todo o apoio para lidar com o luto.

“É preciso reconhecer e acolher a dor que ela enfrenta e lhe dar a oportunidade de chorar e superar as dificuldades vultosas que enfrenta, que lhe dói no próprio corpo. Tal reconhecimento deve estar presente nas políticas públicas. Apesar de termos uma robusta política de saúde voltada para as mulheres, falta tratar daquela que perde seu filho e que, no que concerne ao poder público, não tem, ainda, sua dor reconhecida”, afirmou Samuel Junior.

Para o deputado, é preciso estabelecer protocolos de acolhimento a partir da própria maternidade, começando pela acomodação dessa mulher em lugar próprio, diferenciado daqueles em que estão as mães com seus nascituros, mas também incluir a comunicação sensível da perda, a oferta de terapêuticas e apoios psicológicos voltados ao trabalho do luto.

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