Bucha vegetal verde vira alimento nas mãos de agricultoras familiares em Santa Bárbara
BahiaTem receitas que só são possíveis graças à combinação da habilidade de agricultoras familiares com uma educação inclusiva, de quem conhece a realidade local. A bucha vegetal, por exemplo, aquela usada para tomar banho, é comestível quando está verde, e virou geleia e brigadeiro nas mãos de Laura Carvalho, no município de Santa Bárbara. As receitas foram criadas durante o trabalho de conclusão do curso Técnico em Alimentos do Colégio Estadual Carlos Valadares.
“Meu professor pediu para criar algo novo e inovador, então lembrei que minha prima tinha falado que a bucha era comestível. Com a ajuda da Katiane [Técnica de Ater], que incentiva à gente a pegar coisas e utilizar, deu certo, graças a Deus. Eu juntei uma coisa com a outra e consegui a geleia. Eu coloco no status, as pessoas encomendam, vendo em alguns eventos que têm por aqui, em reuniões também”, explica a agricultora familiar.
Além de estudante da rede estadual, dona Laura também é beneficiária do projeto ATER Mulheres Rurais, uma chamada pública executada pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) através da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), que está potencializando e ampliando a renda de 5.400 famílias agricultoras, em 11 territórios baianos. No município de Santa Bárbara, são 90 assistidas.
“No primeiro diagnóstico que foi realizado, perguntávamos sobre a produção e fonte de renda, elas sempre frisavam que era o milho e o feijão. Hoje elas têm uma visão diferente do quintal delas, de que o milho e o feijão são apenas uma parte da produção. Elas têm galinha, o pomar, a horticultura. Então, é uma diversidade muito grande, proporcionada pelo projeto”, conta Katiane Pereira, técnica de ATER.
Iniciativas como essa são possíveis graças à transversalidade das políticas públicas do Governo do Estado. Em aula, as alunas aprendem a teoria com os professores. No dia a dia, através dos serviços de Assistência técnica e Extensão Rural (ATER) prestados pela Comissão Ecumênica dos Direitos da Terra (CEDITER), entidade parceira da SDR, conseguem praticar, diversificar a produção e ainda obter renda extra.