BNDES libera R$ 200 milhões para mineradora e exige contrapartida ambiental
A mineradora Nexa Recursos Minerais assinou contrato de financiamento de R$ 200 milhões junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) em que as condições estão atreladas a contrapartidas de sustentabilidade. Uma delas será a adoção do selo ouro no padrão internacional GHG, referência para emissões de gás estufa.
Se tudo certo, a companhia será a primeira desse ramo a obter financiamento do BNDES. A Nexa é uma das maiores mineradoras de zinco do mundo, com bases no Brasil e no Peru. Atualmente, ela negocia ações na Bolsa de Nova York (NYSE) e seu acionista majoritário é a Votorantim S.A..
Para obter essa certificação, a Nexa terá que publicar o seu inventário de emissões referentes à atividade da empresa e ao seu consumo de energia.
O BNDES também estabeleceu a elaboração de uma política de responsabilidade socioambiental, na qual a companhia deverá realizar investimentos com foco em educação e diversidade, além da publicação de um relatório de sustentabilidade e a obtenção de uma certificação em responsabilidade social na unidade de Três Marias (MG).
“O apoio ao projeto está em sintonia com a prioridade conferida pelo governo do presidente Lula à neoindustrialização brasileira, estimulando o aproveitamento de minerais estratégicos para a descarbonização da economia”, afirma em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Segundo José Luis Gordon, diretor de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do BNDES, o financiamento à Nexa será o primeiro de crédito ASG (Ambiental, Social e Governança) para uma mineradora.
“O BNDES ajuda a induzir uma retomada da atividade industrial em bases mais sustentáveis, alinhada à agenda do clima e à nova política industrial, capaz de gerar empregos e renda no país”.
Em 2023, a Nexa assumiu o compromisso de zerar suas emissões de gases até 2050. Para isso, o plano da companhia é reduzir suas emissões diretas em 20% até 2030 e ampliar o uso de fontes renováveis em sua matriz energética.
Julio Wiziack/Folhapress