II encontro sobre educação inclusiva discute práticas pedagógicas para pessoas com surdez
BahiaProfessores e coordenadores pedagógicos das redes estadual e municipal de ensino participaram, nesta quarta-feira (10), do segundo encontro formativo do projeto Inclusão em Pauta, promovido pela Secretaria da Educação, por meio do Instituto Anísio Teixeira (IAT/SEC). Esta é a segunda atividade realizada pelo IAT com a temática da educação inclusiva neste ano e conta com o apoio do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação (CAS) Wilson Lins.
“Hoje trabalhamos com os caminhos para elaboração do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) e o Plano Educacional Individual (PEI), contextualizando a realidade dos surdos”, destacou a coordenadora de Inclusão e Diversidade do IAT, Verena de Sá Villas Bôas. De acordo com a coordenadora, o objetivo é potencializar o processo de aprendizagem através da instrumentalização dos professores e coordenadores de toda rede de ensino. “Desta forma, eles poderão lidar melhor com as necessidades destes estudantes”, completou.
A professora Elzeni Bahia, do Atendimento Educacional Especializado (AEE) do CAS Wilson Lins, considerou que ações como estas são fundamentais para educação inclusiva. “Carecemos de recursos e esta iniciativa é louvável não só por promover o conhecimento, mas pelo fato de aproveitar o conhecimento que já temos na rede”, disse. Ela acrescentou que após a formação, o esforço será em organizar o PDI, um instrumento estratégico de pesquisa que deverá considerar as necessidades e anseios dos estudantes surdos.
Aprendizado de Libras e a garantia ao direito linguístico
Com objetivo de ilustrar a necessidade da garantia do surdo ao direito linguístico, a professora e intérprete educacional do CAS Wilson Lins, Johnne Neri, fez um exercício com os participantes usando a Língua Brasileira de Sinais (Libras). “Você é bem-vindo aqui na escola”, foi a mensagem transmitida por ela durante a abertura do evento e ensinada aos participantes. De acordo com a professora, “é necessário garantir o direito do surdo de ser compreendido sem a presença do mediador, por meio do aprendizado de Libras”, disse.
Intérprete de seu marido que é surdo, a professora Letícia Damasceno complementa a mensagem de Neri. “Sou apenas uma ponte entre ele e a pessoa que não conhece Libras. Se as pessoas compreendessem o que ele quer dizer, não precisaria de mim como mediadora”, complementa.
Neste sentido, Elzeni Bahia pontua que, aproximadamente, 95% dos surdos nascem em famílias ouvintes, aumentando as dificuldades de compreensão entre eles e culminando na necessidade de aprender duas línguas: a de Sinais e a Língua Portuguesa. Na avaliação das participantes Leila Cristina Rêgo Andrade e Nazaré Castro, ambas do Colégio Estadual Satélite em Salvador, o encontro proporciona uma reflexão a respeito da prática diária. “É uma oportunidade de avaliar se o que estamos fazendo é realmente adequado para a realidade”, pondera Nazaré.
Para Leila, que já participou de outros encontros, mesmo sem ter a vivência com estudantes com necessidades especiais, considera que além da reflexão é uma atualização para atividade que exerce. “Precisamos nos reciclar constantemente na nossa profissão”.
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