Presidente do Chile pede que Justiça aja depois de ser alvo de denúncia de assédio sexual

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse nesta quinta-feira (28) esperar que a Justiça “faça seu trabalho” e aja frente às denúncias de abuso sexual feitas contra ele. O caso veio à tona nesta segunda (25) e diz respeito a episódios que supostamente aconteceram em julho de 2013.
 

 

Nessa época, Boric, com 27 anos, estudava direito na cidade de Punta Arenas, onde conheceu a mulher que hoje o acusa de assédio sexual e de divulgar materiais íntimos, segundo a denúncia apresentada às autoridades em 6 de setembro. O presidente nega as acusações.
 

 

“A porta-voz do governo e meu advogado já se pronunciaram muito claramente [sobre a denúncia]. Que as instituições façam seu trabalho e que o governo governe”, disse Boric à imprensa durante um evento em Santiago nesta quinta. Foi a primeira vez que o presidente se pronunciou sobre a investigação em curso, aberta pelo Ministério Público.
 

 

Em um comunicado, a Procuradoria disse que investiga Boric pela divulgação de imagens íntimas da suposta vítima, mas não se manifestou sobre eventual abuso sexual. O governo chileno sustenta que o caso não tem fundamentos e que na verdade a denunciante é que perseguiu e tentou contatar Boric sistematicamente.
 

 

“Meu cliente nunca teve um relacionamento afetivo ou amigável com ela [autora da denúncia]. Eles não se comunicam desde julho de 2014”, afirmou o advogado de defesa de Boric, Jonatan Valenzuela.
 

 

Ainda de acordo com o advogado, a equipe jurídica do presidente tomou conhecimento da ação ao fazer a revisão periódica de processos que “possam ter relevância nas diversas esferas públicas”. Então, decidiu torná-la pública na noite de segunda.
 

 

A denúncia contra Boric vem à tona em um momento em que o seu governo enfrenta um escândalo devido às acusações de abuso sexual e estupro feitas contra o ex-subsecretário de Segurança e Interior, Manuel Monsalve, que está em prisão preventiva há uma semana.
 

 

Boric, que em 2026 completará seu mandato de quatro anos sem direito à reeleição imediata, tem foro especial. Para que o processo contra ele avance, a Justiça teria de aprovar primeiro a cassação de sua imunidade presidencial.

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