Produto mais exportado da BA, soja tem 2ª maior safra da história colhida por produtores da região oeste

Bahia

Com média de 56 sacas por hectare, foi registrada uma produção total de 5,3 milhões de toneladas do grão.

Produto mais exportado da BA, soja tem 2ª maior safra da história colhida por produtores da região oeste — Foto: Divulgação/Ascom Aiba

Os produtores de soja do oeste da Bahia estão em festa por conta dos números alcançados na safra 2018/2019. Com uma média de 56 sacas por hectare, foi registrada uma produção total de 5,3 milhões de toneladas do grão, que é, atualmente, o maior produto de exportação do estado. [Confira tabela abaixo]

A produtividade, embora menor do que a do ciclo anterior, foi a segunda melhor da história, desde que a sojicultura foi implantada na região.

Os resultados da safra foram divulgados pela associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).

Com uma área superior a 1,5 milhão de hectares plantados, a soja é o carro-chefe da produção agrícola do oeste baiano, ocupando mais de 65% da área total cultivada na região. De lá, saem cerca de 5% da produção nacional e a 58% da produção do Nordeste.

A maior safra de soja da história da região foi a de 2017/2018, quando foram colhidas 6 milhões de toneladas de grãos.

Nove municípios se destacam na produção de soja na região. São eles: Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério, Formosa do Rio Preto, Riachão das Neves, Correntina, Jaborandi, Cocos e Baianópolis.

Agricultores são vistos em uma plantação de soja em uma fazenda em São Desidério, na Bahia — Foto: Roberto Samora/ReutersAgricultores são vistos em uma plantação de soja em uma fazenda em São Desidério, na Bahia — Foto: Roberto Samora/Reuters

Agricultores são vistos em uma plantação de soja em uma fazenda em São Desidério, na Bahia — Foto: Roberto Samora/Reuters

O engenheiro agrônomo e assessor de agronegócio da Aiba, Luiz Stahlke, ressalta que a previsão inicial de colheita para esta temporada era de 66 sacas por hectare, mas a mudança climática durante o período reduziu essa margem, porém sem causar prejuízos, já que o resultado ainda está acima da média habitual.

“Na safra anterior, o clima foi favorável em todos os aspectos. Nessa safra, o veranico [pausa no período chuvoso] se fez presente, mesmo assim, o oeste baiano mostrou o grande potencial produtivo da região, alcançando a segunda melhor média de produtividade”, afirma.

Os produtores apontam que o bom resultado obtido também se deve ao fato de que o produtor rural fez corretamente o “dever de casa”, adotando medidas para garantir a saúde das lavouras e aumentar a produtividade.

“O produtor rural ficou bem atento aos prazos do vazio sanitário, evitando, assim, a proliferação dos focos de Ferrugem Asiática. Das 175 amostras analisadas pelo Programa e o Consorcio Antiferrugem da Embrapa, foram registrados 16 pontos de ocorrência, mas que foram combatidos em tempo”, aponta o coordenador do Programa Fitossanitário da Soja e Milho, Armando de Sá.

A segunda principal cultura da região oeste é o algodão, cuja colheita será iniciada na última semana de maio. De acordo com o levantamento do Conselho Técnico, os 333 mil hectares plantados devem render cerca de 1,4 milhão de toneladas de algodão em caroço. A produtividade média deverá alcançar as cifras de 300 arrobas por hectare.

Já o milho está em fase de colheita e, neste momento, tem 50% da área finalizada, segundo a Aiba. Os números preliminares garantem uma produtividade média de 140 sacas, correspondente a uma produção total de 1,2 milhão de caroço. O café mantém produção reduzida de 11,3 para 8,6 mil hectares, com uma produtividade de 44 sacas por hectare.

Exportações

Soja é produto mais exportado da Bahia. — Foto: Reprodução/TV OesteSoja é produto mais exportado da Bahia. — Foto: Reprodução/TV Oeste

Soja é produto mais exportado da Bahia. — Foto: Reprodução/TV Oeste

Em 2018, a exportação de soja representou 22,52% do total de exportações da Bahia, segundo informações do governo do estado. Em segundo lugar na lista dos mais exportados aparecem os produtos químicos e petroquímicos (18,03%), seguidos de papel e celulose (16,95%), metalúrgicos (7,55%), petróleo e derivados (7,32%) e automotivo (6,16%).

As exportações baianas fecharam 2018 com vendas de US$ 8,8 bilhões, um crescimento de 9,1% sobre 2017, de acordo com dados analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI).

O aumento das vendas para o exterior dos produtos locais se deu, principalmente, em função de soja, celulose, pentóxido de vanádio, bagaços de soja, óleo combustível, ferrosilício, mates de cobre, fios de cobre e acrilonitrila. O montante de vendas desses 9 produtos alcançou U$$ 4,65 bilhões em receitas de exportações (52,9% do total exportado pela Bahia).

Exportações baianas em 2018 — Foto: Arte/ G1Exportações baianas em 2018 — Foto: Arte/ G1

Exportações baianas em 2018 — Foto: Arte/ G1

O fortalecimento da China como principal parceiro da Bahia — resultado do conflito comercial protagonizado entre o país asiático e os Estados Unidos — e uma trajetória de preços mais favoráveis, que resultou em uma valorização média de 6% na pauta comparada ao ano anterior, além de nova expansão da produção agrícola estimada em 17%, foram os principais responsáveis pelo melhor resultado para as exportações baianas desde 2014, segundo o governo.

A China avançou sua fatia nas exportações baianas de 26,4% em 2017 para 32,8% em 2018, seguido pela União Europeia, com participação de 18,4%, os EUA, com 11,2%, e o Mercosul com 10,3%.

A exportação para os chineses somou US$ 2,9 bilhões no ano passado, com crescimento de 35,3% na comparação com o ano anterior, numa variação acima dos 9,1% de alta nos embarques totais da Bahia. Já para a UE, EUA e Mercosul, as vendas recuaram 6,2%, 8,7% e 14%, respectivamente.

Bahia Farm Show

Bahia Farm Show acontece na cidade de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano. — Foto: DivulgaçãoBahia Farm Show acontece na cidade de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano. — Foto: Divulgação

Bahia Farm Show acontece na cidade de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano. — Foto: Divulgação

O uso de tecnologia cada vez mais avançada no campo também é um diferencial para o aumento da produção. A notícia da colheita da 2ª maior safra da história de soja no oeste chegou exatamente às vésperas de realização da Bahia Farm Show, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do Brasil, que teve início nesta terça-feira (28), em Luís Eduardo Magalhães. Do G1-Ba

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