Bolsonaro, Zambelli e marqueteiro se defendem e dizem que hacker mentiu na CPMI do 8 de janeiro

Brasil

Na tarde desta quinta-feira (17), com a reabertura da reunião da CPMI do 8 de janeiro, o hacker Walter Delgatti Neto decidiu ficar calado diante dos questionamentos de parlamentares de oposição. Diante de diversas perguntas de senadores como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Damares Alves (PL-DF) e deputados como Filipe Barros (PL-PR), André Fernandes (PL-CE), Marco Feliciano (PL-SP), entre outros, a resposta do hacker foi a mesma: “ficarei em silêncio”. 

 

Já a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu se pronunciar a respeito das denúncias feitas por Delgatti. O advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten, rebateu as falas do hacker à CPMI, e disse que ele “mente, mente, mente”. Wajngarten usou suas redes sociais para dizer que desconhece que Bolsonaro tenha recebido Walter Delgatti em reunião no Palácio da Alvorada.  

 

“Eu desconheço quem tenha feito reunião individual com o presidente Jair Bolsonaro, cuja duração tenha sido de 1h30. Duvido. Mente e mente e mente. Em nenhum momento sequer cogitaram a entrada de técnicos de informática muito menos alpinistas tecnológicos na campanha do presidente Jair Bolsonaro. É muita gente tentando buscar holofotes e fogo. Haja bombeiros para reconstruir a verdade”, publicou Wajngarten.  

 

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro disse ainda que vai entrar na Justiça com uma queixa-crime contra o hacker Walter Delgatti. Os defensores de Bolsonaro afirmaram que representarão Delgatti por calúnia nas declarações que ele deu e acusações que fez na CPMI dos atos do 8 de janeiro.  

 

Também a deputada Carla Zambelli (PL-SP) se defendeu das acusações feitas por Walter Delgatti em nota assinada por seu advogado, Daniel Bialski. Zambelli negou as acusações e disse que as declarações do hacker são “despidas de credibilidade”.

 

“A defesa da deputada Carla Zambelli novamente refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais pela parlamentar, inclusive, negando as aleivosias e teratologias mencionadas pelo senhor Walter Delgatti. Observa-se que citada pessoa, como divulgado em diversas reportagens usa e abusa de fantasias em suas palavras. Suas versões mudam com os dias, suas distorções e invenções são recheadas de mentiras, bastando notar que a cada versão, ele modifica os fatos, o que é só mais um sintoma de que a sua palavra é totalmente despida de idoneidade e credibilidade”, afirma a nota.

 

Outro personagem citado pelo hacker Walter Delgatti, o marqueteiro Duda Lima, que trabalhou para a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi outro que se pronunciou para dizer que o depoente mentiu na CPMI. Segundo Delgatti, Duda Lima teria feito uma proposta a ele de criar um “código-fonte falso” para sugerir que a urna eletrônica era vulnerável e passível de fraude. Esse código seria inserido publicamente em uma urna emprestada, em uma exibição para convencer a sociedade de problemas no sistema de votação. 

 

Em nota encaminhada ao site G1, o marqueteiro do ex-presidente Bolsonaro afirmou que nunca participou de uma reunião com o hacker, a deputada federal Carla Zambelli ou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

 

“Se eu tiver um sósia, preciso conhecer. Nunca participei de reunião com Carla Zambelli e esse rapaz, nem com Valdemar. Encontrei com esse rapaz na escada do partido, não sabia quem ele era e nem quem estava com ele. Carla Zambelli não estava e nem Valdemar, quando ele me disse quem ele era. Desconversei, pulei fora e segui com minhas atividades. O rapaz disse que eu teria pedido pra ele fazer uma apresentação no desfile de 7 de setembro. Pensa comigo: ele iria no carro do presidente com a primeira dama?????? Que ideia ridícula! Poderia ao menos respeitar minha inteligência. Estou indignado!!!”, declarou o marqueteiro.

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