PRAGA DEVASTADORA: COMO A INVASÃO DA CIGARRINHA ESTÁ AMEAÇANDO AS PASTAGENS NA BAHIA

Bahia

Desde o início do ano, o estado da Bahia tem sofrido com a intensificação dos ataques das cigarrinhas nas pastagens. A praga tem causado prejuízo à pecuária, principal atividade econômica em diversas regiões do estado.

A cigarrinha-das-pastagens e a cigarrinha-da-cana são insetos que se alimentam da seiva das plantas forrageiras, enfraquecendo-as e tornando-as mais vulneráveis a outras doenças. Além disso, a praga transmite um vírus que pode até causar a morte dos animais.

As cigarrinhas são conhecidas por serem responsáveis por ataques em pastagens, uma vez que se alimentam da seiva das plantas, o que pode prejudicar a produtividade e a qualidade do capim. Na Bahia, existem várias espécies de cigarrinhas que podem causar danos às pastagens, mas duas delas têm sido particularmente problemáticas: a cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta) e a cigarrinha-da-cana (Mahanarva fimbriolata).

De acordo com um estudo publicado em 2018 pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a cigarrinha-da-cana é uma das principais pragas que passaram a devastar pastagens na Bahia, especialmente durante os meses mais quentes e secos do ano. Segundo o estudo, a cigarrinha-das-pastagens pode reduzir a produção de capim em até 50% e comprometer a qualidade da forragem.

Já a cigarrinha-da-cana é outra espécie que tem causado danos às pastagens na Bahia. De acordo com um estudo realizado em 2017 pela Universidade Estadual de Feira de Santana, a cigarrinha-da-cana pode reduzir a produção de forragem em até 70% e causar danos irreparáveis às raízes das plantas.

Além disso, um estudo publicado em 2020 pela Universidade Federal do Vale do São Francisco indicou que a cigarrinha-da-cana tem se espalhado rapidamente por diversas regiões da Bahia, o que pode aumentar ainda mais o impacto da praga nas pastagens.

Em resumo, tanto a cigarrinha-das-pastagens quanto a cigarrinha-da-cana são responsáveis pelos ataques nas pastagens na Bahia, e seus danos podem ser devastadores para a produção de capim e a qualidade da forragem. É importante que os pecuaristas se mantenham atentos a essas pragas e adotem medidas preventivas para controlá-las.

Segundo o Sindicato dos Produtores Rurais da Bahia, o aumento da incidência da cigarrinha tem prejudicado a produção de leite e carne, além de comprometer a qualidade dos produtos. Estima-se que os prejuízos já ultrapassaram a marca dos milhões de Reais.

Diante desse cenário, os produtores agrícolas adotaram medidas para combater a praga, como a aplicação de inseticidas e o uso de técnicas de manejo. No entanto, a eficácia dessas medidas ainda é limitada, já que além disso é necessário a nutrição do solo para que o capim crie sistemas radiculares mais robustos, e por consequência a pastagem consiga se recuperar de forma eficiente, levando em conta a cigarrinha-das-pastagens é uma praga difícil de controlar, e o combate e prevenção pode demorar anos.

O governo estadual, por sua vez, tem se mobilizado para ajudar os produtores rurais a enfrentar a crise. Já nos primeiros meses deste ano, a Secretária de Agricultura – SEAGRI e a Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR tem monitorado a situação para propor soluções eficientes. Além disso, viabilizar recursos financeiros para aquisição de insumos e equipamentos, levando em conta que os pequenos produtores não possuem recursos para combater essa praga que vem devastando a cadeia produtiva da pecuária no Estado da Bahia.

Apesar dos esforços, a situação ainda é preocupante e os produtores rurais esperam que o governo federal possa oferecer apoio mais efetivo. O ataque dessas espécies de cigarrinha não é um problema exclusivo da Bahia, mas sim uma praga que afeta diversas regiões do país. É fundamental que sejam adotadas medidas coordenadas em nível nacional no financiamento de recursos, compra de maquinas e controle sanitário para enfrentar a crise e garantir a sustentabilidade da pecuária brasileira.

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