Ameaças a Jean Wyllys falavam em estuprar, desmembrar e enviar pelos Correios a mãe dele
PolíticaParlamentar decidiu renunciar ao cargo de deputado federal e deixar o Brasil por medo de morrer
As ameaças enviadas ao deputado federal eleito Jean Wyllys (PSOL) atacavam também os familiares do parlamentar, que anunciou a renúncia ao terceiro mandato e saída do Brasil, na quinta-feira (24), em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Nesta semana, após a decisão de Jean em deixar a política, assessoria do parlamentar recebeu um e-mail afirmando que a família dele não seria mais perseguida.
“Nossa dívida está paga. Não vamos mais atrás de você e sua família, como prometido. Mesmo após quase dois anos, estamos aqui atrás de você e a polícia não pôde fazer para nos parar”, dizia a mensagem.
Segundo informações da revista Carta Capital, apesar de receber constantes ameaças, o baiano só se assustou quando, em 2016, recebeu o primeiro e-mail com ameaças aos familiares. Com o assunto “bichona”, o texto questionava se ele já havia pensando em ver os “familiares estuprados e sem cabeça”.
“Vamos sequestrar a sua mãe, estuprá-la, e vamos desmembrá-la em vários pedaços que vamos te enviar pelo Correio pelos próximos meses. Matar você seria um presente, pois aliviaria a sua existência tão medíocre. Por isso vamos pegar sua mãe, aí você vai sofrer”, dizia um e-mail recebido pelo parlamentar.
Após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março do ano passado, o deputado vivia sob escolta policial, por conta da intensificação das ameaças de morte. Segundo Wyllys, também pesaram na decisão de deixar o país as informações recentes de que familiares de um ex-policial militar, suspeito de chefiar a milícia investigada pela morte de Marielle, trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidente, Jair Bolsonaro.