Empresa que apontou fraude em rádios recebeu meio milhão da campanha de Bolsonaro
Brasilpor Redação
Uma das empresas apresentadas como responsáveis pela “auditoria” que teria detectado falhas na veiculação da propaganda de Jair Bolsonaro (PL) em emissoras de rádios, especialmente na região Nordeste, recebeu mais de meio milhão de reais da campanha do candidato à reeleição na presidência da República. As informações são da coluna de Rodrigo Rangel, do Metrópoles,
O nome da Soundview não consta do relatório que os advogados de Bolsonaro apresentaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo apuração da suposta fraude, mas foi mencionado por Wajngarten em seu Twitter (veja mais aqui). A empresa teria sido, segundo ele, uma das responsáveis pela auditoria.
“Para eliminar qualquer ilação ou comentário sem sentido; Uma das empresas que contratamos para auditoria de mídia, cuja sede fica em Minas Gerais, prefixo (31)”, escreveu o ex-secretário, junto com uma imagem do site da Soundview.
A Soundview aparece nos registros do TSE recebendo pagamentos ainda das campanhas do governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do candidato derrotado por ele, Alexandre Kalil (PSD). O senador Alexandre Silveira (PSD) também a contratou.
Fábio Faria e Fabio Wajngarten chamaram uma entrevista às pressas na noite de segunda-feira na frente do Alvorada para um anúncio “grave”. Lá, diante dos jornalistas, disseram que milhares de inserções de rádio da campanha de Bolsonaro teriam deixado de ser veiculadas por emissoras de rádio.
Pouco antes, o assunto foi levado ao TSE. O ministro Alexandre de Moraes abriu prazo para que a campanha de Bolsonaro apresente documentos que comprovem a suposta fraude, sob pena de ser enquadrada por tentar tumultuar o processo eleitoral.
Ao processo foi anexado um documento de outra empresa, a Audiency Brasil Tecnologia Ltda, sediada em Santa Catarina, que teria mapeado a falha na veiculação dos spots de Bolsonaro.
A Audiency, por sua vez, não aparece entre os destinatários de recursos da campanha. Indagado, o comitê bolsonarista não respondeu quando nem como nem por qual valor a empresa foi contratada.