Bolsonaro já citou pílula do aborto como solução para controle da natalidade
BahiaTema recorrente de ataques da campanha de Jair Bolsonaro (PL) contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o aborto já foi defendido pelo próprio candidato à reeleição, quando era deputado federal pelo PDC, em 1992.
“De nada adiantam nossas convicções religiosas”, apontou o parlamentar na época, que, em seguida, citou a pílula do aborto que a China passaria a distribuir para os cidadãos para controlar a explosão populacional.
Como apurou a jornalista Andréia Sadi, na ocasião Bolsonaro pediu à presidência da Câmara que a reportagem sobre a pílula na China fosse transcrita para os “anais da casa”. A China era recordista em abortos no mundo, com a realização de 14 milhões de abortos por ano.
“É preciso, portanto, que todos tenhamos os pés no chão e passemos a tratar desse tema (controle da natalidade) sem demagogia sem interesse partidário ou eleitoreiro, porque de nada adiantam nossas convicções religiosas, políticas ou filosóficas, quando se está em jogo, sem dúvida, uma questão bem mais grave e que, de fato, interessa à segurança nacional. Temos de viabilizar este país e apontar o caminho certo do desenvolvimento social e econômico”, ressaltou o atual presidente na época.
A pílula do aborto, de acordo com ele, estava relacionado com a segurança nacional, porque as Forças Armadas selecionavam anualmente 800 mil homens, mas só 200 mil eram considerados para prestar serviço porque a maioria era reprovada no exame médico. “Não adianta uma multidão de brasileiros subnutridos, sem condições de servir ao seu país”, concluiu.
O Brasil, na visão de Bolsonaro, deveria encontrar uma forma legal de promover o controle de forma urgente, “com vista a que o casal possa obter autodomínio físico e psíquico sobre a prole que pode e que deseja ter. Em razão disso, vamos mais longe, pois até mesmo a palavra ‘planejamento’ familiar consideramos inadequada, porque a vemos como expressão de um conceito que não atende à necessidade de que o Brasil tenha um programa oficial voltado ao controle dos índices de natalidade”.
Fazendo um contraponto ao projeto de Collor, que queria construir cinco mil CIACs – escolas em tempo integral – por todo o país, o deputado argumentou que o governo federal deveria investir mais no controle da natalidade e menos em publicidades sobre escolas: “Escola não é creche, não é restaurante, não é jardim de infância”.
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