Em meio a protesto, Bruno nega aumento de 242% a agentes comunitários: ‘Vocês não vão ter!’

Salvador

Em meio aos protestos de agentes comunitários de saúde e de endemias de Salvador, na manhã desta sexta-feira (2), no bairro de Nova Sussuarana, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) fez um discurso inflamado no qual apontou as ações de sua gestão para o funcionalismo público e rechaçou a possibilidade de conceder o reajuste reivindicado pela categoria.

“Eles estão protestando, sabe porque, gente? Vou falar a verdade… Os números estão aí pra quem quiser acessar. Salvador está recebendo a mais, por conta dessa Emenda Constitucional 120, apenas R$ 33 milhões. Recebíamos R$ 55 milhões e vamos para R$ 88 milhões”, disse o gestor municipal, que, interrompido por gritos, se irritou. “Se vocês quiserem ouvir, vocês escutam… Porque vocês já querem protestar, eu já disse que no grito, na tora, não vai levar!”, bradou o prefeito, afirmando, entretanto, que está disposto a negociar com a categoria.

“A prefeitura, gente, colocava R$ 77 milhões. Eu agora vou colocar mais R$ 44 milhões. Vamos pra R$ 121 milhões. Essa turma aí vai ter um reajuste de 73%, coisa que nenhum servidor da prefeitura teve. Vocês, pais e mães de família, tiveram 73% de aumento esse ano? Ninguém teve. Agora, sabe o que eles [os agentes comunitários] querem? 242%. Isso vocês não vão ter! Porque eu não vou fechar posto de saúde, eu não vou fechar UPA, eu não vou fechar hospital pra pagar agentes comunitários de saúde, com todo respeito que eu tenho a vocês”, declarou o gestor municipal, que apesar do posicionamento firme, afirmou que a prefeitura “continua aberta ao diálogo”.

Na ocasião, ele pontuou ainda que sua administração recorreu ao Judiciário para cobrar repasse da União, previsto na Emenda Constitucional 120, que trata da política remuneratória e da valorização da classe. “Hoje eu fui à Justiça contra o governo federal pra repassar R$ 20 milhões que está vindo a menos”, disse Bruno Reis.

“O prefeito está pagando R$ 3.393 de salário pra eles. Mais auxílio transporte e mais auxílio alimentação, chega a R$ 3.700. É justo ou não é?”, afirmou o gestor municipal, diante de aceno da plateia inflamada. “É isso aí!”, concluiu, após aplausos.

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