Núcleo de prevenção do suicídio em Salvador está sem psiquiatra desde início da pandemia
Bahia
Os cerca de 250 pacientes atendidos pelo Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio (NEPS), que funciona no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, estão sem atendimento de psiquiatria. A situação foi iniciada há cerca de quatro meses, junto com os primeiros registros de infectados pelo coronavírus na Bahia. A denúncia foi feita por reportagem da TV Bahia.
A criadora e coordenadora do núcleo, Soraya Carvalho, conta que o NEPS contava com duas médicas psiquiatras antes da pandemia. Porém, uma das profissionais entrou de licença médica e a outra deixou o serviço.
“Aqui no NEPS nós lidamos com pessoas que têm elevado risco de suicídio, então só atendemos pessoas muito graves. Inevitavelmente precisamos de um trabalho de equipe e hoje, sem psiquiatra, é impossível realizar esse trabalho de equipe”, lamentou.
De acordo com Soraya, ela fez solicitações à Secretaria da Saúde do estado (Sesab). Mas não teve retorno. À reportagem, a pasta informou, através de nota, que o processo de contratação de três psiquiatras para o NEPS está em tramitação, cumprindo os requisitos legais e formais.
Ela ainda conta que com a pandemia os quadros de saúde dos asssistidos tem se agravado, e a falta de psiquiatra torna ainda mais complicada a situação. “Sem o psiquiatra para medicar, inclusive para ajustar medicação, está um caos. A gente não sabe o que fazer. Eu tenho pedido favores a outros médicos de outros hospitais, pedindo pelo amor de Deus que atendam nossos pacientes, que deem relatórios para o INSS”, afirmou Soraya à reportagem.