SEC estuda testes obrigatórios e protocolos por município para retorno das aulas

Bahia

por Jade Coelho

SEC estuda testes obrigatórios e protocolos por município para retorno das aulas

Foto: Ilustrativa/Paula Fróes/GOVBA

Mesmo que ainda longe da versão final, o protocolo de retomada das aulas na rede estadual da Bahia já vem sendo desenhado por uma força tarefa da Secretaria de Educação (SEC). Fatores diversos são considerados, entre desejos, orientações de saúde, infraestrutura, o que seria ideal e aquilo que será possível. Adaptações na infraestrutura, testagem obrigatória da comunidade escolar, alterações na lotação de salas, disponibilização de máscaras e outros equipamentos de segurança e higiene estão entre as mudanças consideradas, paralela às dúvidas e ansiedade por notícias e definições por parte de professores, pais e alunos.

 

“Não temos ainda uma data. Ela vai depender do cenário, do comportamento, da quantidade de infectados, de óbitos, que é a [Secretaria da] Saúde que está dirigindo isso, não depende só da Educação”, disse o secretário da Educação Jerônimo Rodrigues.

 

De acordo com o titular da SEC, a testagem de 4.667 estudantes, professores e funcionários das escolas estaduais nos municípios de Ipiaú, Uruçuca e Itajuípe, anunciada em caráter experimental (leia aqui), dará respostas e mostrará caminhos para a pasta. Pelo menos é esta a intenção.

 

“A gente quer ver a fotografia, para a partir daí ver como está o comportamento dessa infecção nos estudantes, para inclusive tomar decisões”, justificou Jerônimo Rodrigues.

 

O secretário falou com o Bahia Notícias e elencou uma série de medidas consideradas pela pasta como possibilidades para o protocolo de retorno das aulas, cuja base terá duas vertentes: a pedagógica e a estrutural.

 

A parte pedagógica do planejamento ainda precisa ser entregue ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), para a validação. Enquanto a parte de infraestrutura, de acordo com Jerônimo, já está sendo colocada em prática.

 

TESTES OBRIGATÓRIOS

A logística e distribuição de testes pelos Ministérios da Saúde e da Educação dificultam um dos “desejos” do secretário da Educação da Bahia, que é a ampliação e até a obrigatoriedade de testagem de alunos, professores e servidores. 

 

“No Brasil, o ministério ainda não disponibilizou uma quantidade de testes suficientes, já que ele atende o país inteiro e possivelmente não tem essa quantidade de testes para enviar para todos os estados”, reconheceu. “Mas um dos protocolos é de que, ao retornar as aulas, o estudante possa fazer o teste, de uma forma até obrigatória”, disse.

 

REFORMAS E ADAPTAÇÕES

A SEC preparou um protocolo para adequar áreas de higiene das unidades de ensino, uma vez que se espera que a demanda por esses locais aumente no retorno das aulas.

 

A pasta identificou que 20% das escolas estaduais vão precisar de algum tipo de intervenção, por possuírem pias insuficientes ou com integridade inadequada. Além disso, a maioria delas terá que instalar totem para disponibilizar álcool em pátios, corredores, secretarias, cozinhas, e outros locais. 

 

Os funcionários receberão proteção facial, além das máscaras de proteção. E cada unidade vai dispor de máscaras para os estudantes que não possuírem o Equipamento de Proteção Individual (EPI).

 

SALAS DE AULA

As escolas estaduais da Bahia possuem média de 40 alunos por turma. A intenção é de que o número seja reduzido à metade. Uma das possibilidades consideradas pela secretaria é de dispor os alunos separados por carteiras vazias.

 

As aulas poderão ocupar outros espaços que não as salas de aula tradicionais. “Estamos preparando alguma coisa do tipo de salas multiuso, para se por ventura a gente precisar de salas para dividir uma turma. Eles ocuparão outros espaços, para que não aja aglomeração nas salas”, disse o secretário. 

 

PRIMEIRAS A FECHAR, ÚLTIMAS A ABRIR

A suspensão das aulas na Bahia foi determinada pelo governador Rui Costa em 18 de março. Desde então a cada 15 dias o decreto sem sido prorrogado. A medida foi adotada antes mesmo de qualquer medida sobre o comércio ou circulação de pessoas. Mas ao contrário da implementação, que a educação saiu da dianteira, ela deve ser a última coisa a voltar “ao normal”. “Em uma pandemia as escolas sempre são as primeiras que fecham e as últimas que abrem”, pontuou Jerônimo.

 

O secretário apontou o comércio como um termômetro e um indicativo de possibilidade ou não de abertura das escolas. “Ao contrário do comércio, não podemos abrir e caso aumente o número fechar de novo. Na escola é muito ruim fazer isso. Não para ficar botando em risco professores e alunos”, defendeu.

 

PLANOS INDIVIDUALIZADOS

A forma como as aulas serão retomadas não será homogênea. O protocolo de retorno vai considerar uma série de fatores, entre eles o nível de infecção na cidade e na região.

 

“Tem municípios que até hoje não tem nenhum caso, vai ter uma metodologia para eles, se  a gente identificar municípios que há mais de 10, 15 dias não registrar caso, a gente vai considerar isso.  Não pode ser homogênea”, explicou Jerônimo. 

 

O secretário da Educação citou como exemplo Itabuna, Ilhéus e Uruçuca, municípios em que os níveis de infecção foram considerados altos, como locais em que o cuidado será maior.

 

“Fazer um escalonamento de aula, de salas, e ter naturalmente todo cuidado e zelo para que a gente não ponha em risco professores, estudantes, funcionários, e naturalmente suas famílias”, disse Rodrigues. 

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