Contratado pelo Porta dos Fundos, João Pimenta diz que não pretende se mudar de Salvador
Bahiapor Clara Abbud
A Bahia é conhecida como a terra da música e das artes, mas ultimamente os humoristas baianos vêm ganhando espaço no cenário nacional. Esse foi o caso de João “Seu” Pimenta, que foi contratado pelo Porta dos Fundos, um dos maiores canais de comédia do Brasil com 16 milhões de inscritos, após dois vídeos do “Cozinha com Pimenta” (relembre aqui).
Em entrevista ao Bahia Notícias, João contou como é ser convidado para o canal, que para ele também representa a valorização da cena local.
“Ir para o Porta dos Fundos é uma parte muito importante da minha carreira, principalmente por eu ser nordestino, preto e vir da favela. E eu e as outras pessoas que são como eu estamos invadindo os espaços e mostrando que podemos ocupar todas as áreas. É incrível que pessoas que antes eram um espelho para mim agora estão trabalhando comigo”, comemora o humorista.
João também relatou a surpresa ao perceber que os vídeos feitos poderiam ser só o começo da parceria. “Não imaginei que os vídeos do Porta dos Fundos seriam uma entrada. Quando estávamos no meio do processo e eu já tinha feito dois vídeos, alguns dos donos me ligaram e eu pensei ‘realmente talvez aconteça’. E aconteceu. Em outubro me ligaram para fechar o contrato, mas só consegui contar direito agora”, revela.
Em relação ao projeto e os novos vídeos no Porta dos Fundos, o humorista promete novidades, além de mais edições do “Cozinha com Pimenta”. “Nós estamos com meio mundo de projetos pra acontecer, mas que ainda não posso contar. Inclusive, vamos ter um programa de culinária que vai se adaptar a datas comemorativas”, contou Seu Pimenta.
O canal, que tem sua origem no Rio de Janeiro, já absorveu o regionalismo de alguns outros locais com humoristas convidados. E nos vídeos com João, não foi diferente. Quando questionado sobre possíveis mudanças para a cidade em que fica a sede do canal, contudo, ele é categórico: “Por enquanto não vou sair daqui. Não quero enfraquecer a cena de Salvador. Vou continuar aqui até o dia que Deus permitir”.
Com a ascensão dos comediantes do Norte e Nordeste, sotaque, gírias e forma de falar ficaram cada vez mais comuns no humor e de forma menos estereotipada. E por isso, o mercado da região também começou a crescer. “Está acontecendo um fenômeno muito legal que é o aumento do mercado daqui. Não precisamos mais mandar o currículo para fora. A galera que gosta do humor já está vindo buscar os artistas daqui. Antigamente o sudestino era visto como sem sotaque e nós éramos com. Com abertura de uma pauta para as pessoas se acostumarem, o nosso humor virou o cotidiano e não mais regional”, avalia o humorista soteropolitano.