Procurador-geral da Bahia participa de live da ACB sobre função social da empresa
BahiaA criação do Grupo Especial de Defesa da Função Social da Empresa (GEDE) foi tema do Encontro Integrado da Associação Comercial da Bahia (ACB) desta quarta-feira (07). Realizado de modo remoto, o evento contou com a participação do procurador-geral do Estado da Bahia, Dr. Paulo Moreno.
A iniciativa do Núcleo Jurídico da ACB busca relações mais próximas e equilibradas entre entidades empresariais e as instâncias administrativas do Estado brasileiro. “A Associação Comercial da Bahia, em seus dois séculos de história, sempre foi a casa do bom diálogo entre os setores público e privado. E são diálogos como os que mantivemos hoje com o ilustre procurador-geral do estado, de forma simples, honesta e direta, que buscamos através do GEDE”, comemorou o presidente da ACB Mário Dantas.
Um setor público que saiba ouvir sugestões e iniciar o bom debate também foi defendido pelo procurador Paulo Moreno. Como frisou, a administração pública que fecha as portas para os setores produtivos e para seus advogados soa muito estranho. “Precisamos debater, estar sempre buscando melhorar nossos procedimentos. Nem toda rigidez é efetiva. Ela sempre tem uma reação que, na maioria das vezes, acaba se deslocando para uma área onde a situação fica mais complexa, que é no judiciário. Defendo a tese de que a judicialização seja sempre a última hipótese”, completou o chefe da Procuradoria Geral da Bahia.
Pauta atual do setor produtivo no âmbito jurídico, a criminalização da dívida declarada e não paga do ICMS também foi comentada pelo procurador-geral, ao defender que a procuradoria não pode agir à margem da Lei, causando constrangimento a quem quer que seja. “É claro que o devedor não pode levar vantagem sobre quem cumpre com suas obrigações legais, e é o estado quem deve reparar este tipo de problema. Existem circunstâncias que levam a uma ausência de recolhimento de tributos e isso tem que ser apresentado ao estado de forma transparente. De forma pessoal, defendo que o estado tenha uma postura positivista, para que não se chegue ao ponto de matar uma empresa produtiva. É preciso ter sensibilidade para fazer este diagnóstico”, recomenda Paulo Moreno.
Coordenado pelo vice-presidente da ACB Paulo Cavalcanti, o GEDE conta ainda com especialistas de diversas áreas do direito, como Fábio Periandro, Fernando Neves, José Sobreira, Leonardo Bacellar, Marcelo Nogueira Reis, Pedro Dórea, Rafael Figueiredo, Sebastian Mello, Vivaldo Amaral e Washington Pimentel Jr.